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Aprendizagem significativa, um novo jeito de estudar 

Para despertar a vontade de aprender é essencial lidar com situações que façam sentido para o aluno 

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Nossos jovens convivem com um fluxo crescente, rápido e intenso de informações, ao alcance do toque de um botão no computador, no tablet e mesmo no celular. Google e similares colocam diante das pessoas uma enorme quantidade de textos, imagens e vídeos que tratam de temas diversos, frequentemente com grande apelo visual. É grande o risco de o ritmo da escola tradicional, na qual o aprendizado é uma experiência nem sempre tão ágil e muitas vezes difícil, se tornar enfadonho para os alunos. Daí a importância de se reinventar o material didático, incorporando soluções visuais que o tornem tão atrativo quanto uma tela de computador e apresentando conceitos e atividades que despertem no jovem o gosto pelo desafio. 

No entanto, o material que referenciará o estudo do aluno não pode ser mera junção de conceitos e atividades, mesmo que apresentados com grande impacto visual. É necessário buscar o encantamento, e, para isso, o conteúdo precisa ter significação para o jovem. A apresentação fria do assunto, acompanhada de longo questionário que busca a memorização dos conceitos por meio da repetição insípida, como acontecia no passado, não pode mais ser considerada estratégia pedagógica. 

Impõe-se, por isso, a necessidade de se planejar seriamente o material didático, em todos os níveis. Isso visando incluir nele aspectos significativos, que sejam trabalhados sob a perspectiva de uma didática participativa. O professor, cada vez mais, deixa de ser o agente central do processo e se torna mediador. Desse modo, ele assegura que os temas sejam discutidos com propriedade pelos alunos, os quais devem desenvolver habilidades e competências, construindo argumentações, fazendo proposições e resolvendo desafios apresentados por meio de situações-problema. Outra estratégia capaz de atrair e manter o interesse é empregar metodologia que desafie o aluno a testar seus limites, por meio de um conjunto de atividades que valorizem o pensamento investigativo e o raciocínio lógico. 

Outra preocupação que permeia o trabalho editorial é a exposição de conteúdos relevantes e com extremo rigor conceitual. Vai longe a época em que grupos de intrépidos professores preparavam as famigeradas “apostilas” em casa, nas horas vagas, usando conhecimentos práticos e excertos de outras obras. 

Um bom sistema estruturado de ensino depende de muito planejamento, intensa revisão e cuidadoso acompanhamento. Não há espaço para improviso, reutilização de materiais segregados ou adaptações de conteúdos planejados para outras finalidades – nossos alunos merecem excelência editorial e pedagógica, o que é um ótimo ponto de partida para que se sintam motivados a estudar. Os materiais didáticos estruturados (ou “sistemas de ensino”) são cadernos, de uso individual, que organizam o currículo da escola e os conteúdos das disciplinas, aula a aula. Podem ainda orientar os professores e acompanhar o desempenho dos alunos, o que, na visão das pesquisadoras, otimiza o aproveitamento do tempo em sala de aula, favorece o estudo do aluno em casa e incrementa o domínio do conteúdo pelo professor. 

Correção conceitual, clareza didática e atualização do conteúdo são indispensáveis. Reformulações e reedições periódicas garantem a contemporaneidade do material, apoiada por um portal que agilize o upgrade de informações e forneça subsídios para o trabalho cotidiano de estudantes e professores. E com a popularização dos tablets, os professores conseguirão empregar extraordinários recursos digitais, capazes de enriquecer as aulas e, se utilizados de forma adequada, ótimos para motivar os alunos. Este, no entanto, é um tema a ser tratado em uma próxima oportunidade.

* Fernando Almeida, biólogo e professor, é diretor editorial do Ético Sistema de Ensino (www.sejaetico.com.br), da Editora Saraiva.