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Rio de Janeiro: números revelam inoperância do sistema demamografia no Brasil

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Estima-se que perdemos 30 mulheres por dia no Brasil, por câncer de mama, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Por esse motivo, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) está organizando no Brasil mais uma edição do Outubro Rosa. Assim, cada prédio, cada monumento que for iluminado de rosa neste mês servirá para que a população brasileira se lembre de tantas mães, filhas e amigas que faleceram da doença nos últimos anos.

Segundo o Ministério da Saúde, dos 1.514 mamógrafos que realizam exame de mama pelo SUS, apenas 85% estão em funcionamento no país. Ou seja, 223 equipamentos estão sem uso, 111 não têm produção, 85 apresentam defeito e 27 ainda estão na embalagem.

A Região Sudeste, de acordo com o mesmo levantamento, possui 669 mamógrafos, sendo 102 deles no estado do Rio de Janeiro. Desses, 85 estão em uso e cinco estão sem produção pela falta de espaço adequado para operação ou por não terem profissionais qualificados para tal função. Outros sete mamógrafos apresentam defeito e quatro ainda estão na embalagem. E isso faz pensar: como esses mamógrafos, que custam tão caro aos cofres públicos, podem estar parados, enquanto tantas mulheres precisam fazer o exame de mama, com urgência?

E o pior é que esse caso não é isolado. Como é possível constatar, existem mamógrafos parados em todas as regiões do país. Além disso, convém lembrar que alguns aparelhos considerados em completo funcionamento não operam em sua capacidade máxima ou sequer estão com a calibragem adequada ou não apresentam boa resolução de imagem, o que dificulta o diagnóstico precoce, tão necessário para a paciente, pois sabemos que, se a doença for descoberta cedo, pode ter até 95% de chances de cura. É uma lástima que a nossa realidade seja ainda tão terrível. Estima-se que ocorram neste ano quase 50 mil novos casos de câncer de mama no Brasil, segundo o Inca. Precisamos mudar essa história.

É por isso que vamos iluminar todo o Brasil em mais uma edição do Outubro Rosa. Quanto mais prédios e monumentos aderirem, tanto melhor, pois queremos alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce do câncer de mama, pois descobrir a doença cedo pode salvar vidas. Mas, para isso, precisamos de mais investimento, de recursos humanos e tecnológicos, além de tratamento de qualidade e em menor tempo. Afinal, as expectativas de cura são boas se o tumor for diagnosticado a tempo e tratado com urgência.

Maira Caleffi é presidente da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama)