O Rio de Janeiro tem demonstrado visão na área de segurança pública. Nos últimos quatro anos, as ações e os avanços são notórios, embora saibamos que ainda há muito por fazer. A recente decisão do governador em instituir o Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis) é mais uma medida que coloca o Rio na vanguarda do setor de segurança do país e, certamente, em breve colherá frutos por isso.
O Proeis, que permite que o policial militar trabalhe em atividades conveniadas com municípios do estado, ataca diretamente um problema antigo e grave não só da classe policial do Rio como de todo o país: o chamado bico. Diante de baixos salários, PMs em vez de descansarem em suas folgas buscam trabalhos, como segurança, por exemplo, no intuito de reforçar o orçamento familiar. Tal iniciativa sofreu ao longo dos anos muita crítica, mas só quem conhece a sua realidade é que entende a luta diária desse profissional que mesmo com baixos salários fica na linha de frente no combate à criminalidade.
Com a prática regulamentada, a expectativa é que uma nova era esteja se iniciando, possibilitando a esses homens melhor padrão de vida para a sua família de forma legal e, verdadeiramente, reconhecida pela sociedade.
Sob a responsabilidade do comandante-geral da PM, que irá instituir uma comissão para acompanhamento, o programa tem tudo para dar certo e beneficiar mais que 90% dos PMs que contam com ganhos extras a cada mês. Fica a torcida para que tudo dê certo, mas também o alerta às autoridades para que, independentemente dessa boa iniciativa, continuem com um olhar cada vez mais atento aos salários e
melhorias na condição de trabalho dos PMs no Rio de Janeiro.
* Advogado criminalista