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Líderes das Coreias estão ansiando pela guerra

Numa arena convencional, a Coreia do Sul leva vantagem. Mas a do Norte acena com reação nuclear

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Em pleno ambiente  de Natal, o mundo assiste, perplexo, ao agravemento da crise militar entre as Coreias do Norte e do Sul. Os últimos movimentos dos dois exércitos elevaram a temperatura na fronteira e nos gabinetes a um ponto em que fica quase impossível não imaginar um desfecho que não seja a abominável guerra.

Mais do que pela relevância ou consequências da movimentação das tropas, o que mais assusta os pacifistadas  e todos os que têm um pingo de bm senso é a impressão que os dois líderes, Lee Myung Bak , da Coreia do Sul, e o ditador Kim Jong-il, do Norte, estão ansiosos por disparar o primeiro tiro.

Lee provocou o quanto pôde seus vizinhos, com exercícios militares na fronteira. Parece difícil crer que essa movimentação fosse fundamental para o futuro da Coreia do Sul – ou que não houvesse outro lugar para que fossem realizados.

Mais ao norte da ilha, Kim Jong-il está pensando na sucessão e no futuro de seu filho, Kim Jong-un, que poderia ser alçado à condição de herói nacional se comandasse uma guerra vitoriosa  contra o tradicional inimigo.

O que essas posturas pouco racionais escondem é que não há vitoriosos em guerras. Só derrotados, sempre entre a população civil. Em condições convencionais, a Coreia do Sul teria grande vantagens no front. Tem mais armas, mais modernas, e sua marinha é considerada uma das mais bem equipadas do planeta. Mas a Coreia do Norte acena com reações no campo nuclear. Num discurso repleto de insensatez, o ditador falou ontem em protagonizar uma “guerra nuclear santa”.

Os Estados Unidos tem uma tropa de cerca de 28 mil soldados prontos a defender o lado sul da ilha – instalados em território sul-coreano. Não bastasse o banho de sangue que um ataque convencional já traria, imaginemos que se confirme a ameaça nuclear, e ela atinja o exército americano. De que forma os Estados Unidos vão reagir? Que proporção isso vai tomar?

Neste momento, além de incentivar a diplomacia, as lideranças mundiais precisam agir com energia para tirar da cabeças dos dois coreanos turrões a impulsiva vontade de apertar o gatilho.