ASSINE
search button

O tesouro que a máfia da pirataria nos rouba

Compartilhar

A manchete    do Jornal do Brasil de ontem deixou às claras uma realidade que não pode ser falsificada: a que mostra a pujança da indústria de produtos piratas no Brasil. A cada ano, esses artigos que copiam marcas consagradas e não pagam impostos ao governo subtraem da economia nada menos que US$ 10 bilhões.

 

O número, chocante e atualizado, emergiu de um relatório elaborado pela Business Software Alliance (BSA) e pela International Data Corporation. Batizado de Os benefícios econômicos da redução da pirataria de software, o estudo, que teve como objeto de análise a situação em 43 países, mostrou que, no Brasil, uma redução anual de apenas 10% na pirataria geraria imediatamente 12.300 empregos diretos.

 

Muito já se fez para que os direitos de patente sejam preservados. Em vários estados, foram criadas delegacias especializadas no combate a esse tipo de crime, que é análogo em crueldade ao plágio artístico – na medida em que se apossa da criação alheia e fatura em cima disso.

 

No entanto, as toneladas de produtos piratas incinerados anualmente parecem grãos de areia no universo de proliferação dessa atividade ilícita. As máfias, que muitas vezes  têm suas matrizes do outro lado do mundo, produzem a todo vapor, o que permite a conjectura de que contar com a complacência comprada de algumas autoridades não é privilégio de meliantes brasileiros.

 

Claro que o consumidor tem sua parcela de culpa no cartório. Quem de nós nunca operou um software de computador ilegal? Quem não tem um CD ou um DVD com a marca registrada de um camelô? Verdade que os preços dos artigos legalizados são altos, mas essa é uma outra questão. É preciso alimentar no país a cultura da legalidade.

 

O Brasil tem investido verbas astronômicas na educação se comparadas ao que era despendido nessa área há 30 ou 40 anos. Parte desse dinheiro, no entanto, precisa ser empregada em campanhas que contribuam para a conscientização da legião de consumidores de pirataria que ainda grassa nestas terras tão abençoadas pela própria natureza.