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Exército investiga uso de brinquedos como barreiras do tráfico no Rio

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A instalação de inocentes pula-pulas em acessos a comunidades pode ser uma tática de traficantes com objetivo de impedir as operações do Exército e da polícia nesses locais. A hipótese está sendo investigada pela inteligência militar, a partir da constatação, nesta sexta-feira (17), da presença desses brinquedos no meio da rua da favela de Antares, na zona oeste, onde ocorrem operações contra o tráfico.

Segundo o  porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Carlos Cinelli, chamou atenção da inteligência a coincidência da instalação dos pula-pulas bem onde antes haviam barreiras que foram removidas.

“Essa informação chegou ao nosso conhecimento e estamos analisando para ver se é apenas uma coincidência o fato de, na semana em que as barricadas começaram a ser removidas, brinquedos foram colocados nos seus lugares. Ou se é uma estratégia deliberada de criminosos para impedir o avanço das forças de segurança. Essa segunda hipótese, caso configurada, seria um demonstrativo do nível de barbaridade perpetrado por esses criminosos com quem nós estamos lidando nesses ambientes”, contou Cinelli.

Ele lembrou que o Artigo 144 da Constituição Federal diz que a segurança é um dever do Estado, mas é responsabilidade de todos. “Os cidadãos não podem compactuar com práticas que conduzam à exacerbação das atitudes conduzidas por criminosos”, destacou o coronel. Segundo ele, os pula-pulas, instalados no meio da rua, naturalmente atraem crianças. E isso praticamente impede a realização de operações no local. Se isto for confirmado, de que o tráfico estaria utilizando crianças como forma de se protegerem, seria um verdadeiro crime de guerra, frisou o coronel.

Sobre a operação realizada sexta-feira (17)  no Complexo do Alemão, que contou com a presença do Exército e da Polícia Civil, Cinelli disse que se tratou de uma ação pontual de inteligência, para o levantamento de informações, e que não resultou em prisões ou apreensões.