ASSINE
search button

Missa, caminhada e ato lembram chacina da Candelária

Massacre completa 25 anos nesta segunda-feira. Sobrevivente superou trauma

Compartilhar

Os 25 anos da Chacina da Candelária serão lembrados hoje, a partir das 10h, com uma missa na Igreja da Candelária, em memória dos mortos, seguida de caminhada em defesa da vida, na Avenida Rio Branco, culminando com ato público na Cinelândia a partir das 13h30. “Foram 25 anos ininterruptos de ações contra qualquer violência contra crianças e adolescentes. A gente faz esse ato para lembrar e para que isso não volte a acontecer”, diz Márcia Gatto, que faz parte da coordenação do colegiado do Movimento Candelária Nunca Mais!

Na missa de sétimo dia das crianças e jovens mortos na chacina, o então Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Eugênio Sales, pediu que enquanto houvesse criança sendo morta pela violência, que a data não fosse esquecida.

Sobrevivente vira produtor José Luiz dos Santos tinha 15 anos quando ocorreu a Chacina da Candelária. Naquela noite, a sopa distribuída na Igreja da Candelária custou a sair, o que fez com que o adolescente e outros meninos fossem em busca de alimento em outro lugar. Isso salvou sua vida e fez com que ele experimentasse uma reviravolta. O então garoto de rua conhecido pelo apelido de “Escorrego”, porque passava óleo no corpo para não ser pego pelos policiais após furtos, hoje é casado e tem dois filhos, um de 16 anos e outro de um ano de idade, e valoriza a estrutura familiar. “A família é a base de tudo. Eu não tenho família biológica, mas consegui reconstituir a família”, diz. Hoje ele trabalha em um estúdio, como produtor de novelas. 

Para os meninos que vê atualmente nas ruas, Santos aconselha que devem acreditar em si mesmos: “Minha guinada na vida foi quando eu acreditei que era alguém, que não precisaria estar vivendo na miséria. Com esforço e acreditando em mim mesmo, deixei de ser o coitadinho para ser alguém. Por isso, o conselho que dou é que acreditem em si próprios e vão à luta, que a oportunidade vem todos os dias, para todo mundo”. (Agência Brasil)