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Padre Omar Raposo estreia amanhã nas páginas de ‘Opinião’ do JB

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A partir de amanhã, o JORNAL DO BRASIL ganha a colaboração de um novo articulista. O padre Omar Raposo, 38 anos, referência na Igreja católica carioca, muito conhecido por fiéis de Norte a Sul da cidade, passa a escrever quinzenalmente nas páginas de “Opinião”, às quintas-feiras. Ele vai fazer revezamento com a teóloga Maria Clara Bingemer, o que mantém a tradição da presença de articulistas da Igreja Católica nas páginas do JB. 

Desde que foi ordenado há mais de dez anos, o padre Omar já passou por paróquias nos vários cantos do Rio de Janeiro. Sua primeira missa como padre foi celebrada na humilde paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, no Complexo do Alemão, na Zona Norte. Depois de um ano, foi transferido para uma das igrejas mais frequentadas da Zona Sul da cidade, a Paróquia de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema. Lá, conviveu durante alguns anos com Padre Jorjão, colega de batina que, já na época, era um dos religiosos mais populares entre a elite católica carioca.

Anfitrião do Cristo Redentor 

Filho mais novo de Marlene e Olivard, que ficou “estusiasmado” quando o filho revelou o convite do JB, Padre Omar é uma daquelas pessoas que carregam a carioquice na alma: amoroso, sorridente, acolhedor e bom de papo. Gosta de futebol e de samba e recebe como ninguém turistas e cariocas no santuário Cristo Redentor do Corcovado, onde é o reitor, e na Paróquia São José da Lagoa, onde é pároco.

Padre Omar estudou piano no Conservatório Brasileiro de Música, é membro honorário da Academia Internacional de Música e fez o Curso de Música Sacra da Universidade Santa Cecília de Roma, na Itália. O padre tem forte vocação em evangelizar por meio da música. “A música penetra à alma e eleva nossos sentimentos a um patamar divino”, resume ele, que usa o samba e outros ritmos para atrair fiéis à igreja católica. Omar desenvolve ainda uma carreira artística com o projeto “Samba de Fé”, que ganhou edições de CDs e DVDs, e apresentações em shows no Vivo Rio e no Teatro Casa Grande.

A vocação para o sacerdócio nasceu de forma inusitada: em cima de uma árvore no Aterro do Flamengo, quando da visita do Papa João Paulo II ao Rio de Janeiro, em 1997. Então com 18 anos, Omar Raposo fora convidado para fazer parte do coral que se apresentaria ao Papa. Na ocasião, foi impedido pelos organizadores, por falta de credenciamento, de entrar no espaço reservado ao coral. Frustrado, chorando muito por estar de fora da apresentação, subiu numa árvore para ver o Santo Padre passar pela via. Quando avistou a comitiva e viu de perto João Paulo ll, foi tocado e sua vocação aflorou. 

De Ipanema, o padre Omar passou pela Paróquia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Botafogo, antes de assumir sua paróquia atual, a de São José da Lagoa, conhecida pela redoma redonda de vidro aos pés do Corcovado, às margens da Lagoa. Na São José, além da administração da Igreja, o padre criou projetos sociais que atendem a população carente na rua, acompanhantes de pacientes em tratamento no vizinho Hospital da Lagoa e refugiados.

Na São José, criou ainda a pastoral de Desenvolvimento Sustentável que executa projetos de reciclagem e manutenção ambiental na praça ao lado da igreja e no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas. Quando era da Paróquia Imaculada Conceição, iniciou o trabalho no Vicariato para Comunicação Social da Arquidiocese do Rio de Janeiro, participando da campanha que elegeu, em agosto de 2007, o Cristo Redentor como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

Ao assumir a missão na Lagoa, o padre recebeu uma igreja esvaziada de fiéis. Na sua primeira missa dominical, havia apenas 17 fiéis. Hoje, as missas de domingo, das 19hs, que tem acompanhamento musical e trechos cantados, praticamente lotam os cerca de 900 lugares do templo. Antenado com as inovações, o padre dotou a igreja de uma estrutura que a deixa independente de energia. Em seu teto, além da água de reúso, a São José tem painéis que captam energia solar suficiente para abastecer a igreja e a estrutura de atendimento social, da qual faz parte a cozinha que produz comida para centenas de moradores de rua, que recebem os alimentos do projeto Ruah da S. José, que também distribui agasalhos doados pelos fiéis à população de rua.