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Gabinete de Intervenção Federal faz ação comunitária na Praça Seca

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O Gabinete de Intervenção Federal (GIF) fez hoje (9) uma ação comunitária na Vila Olímpica da Praça Seca, no Rio de Janeiro. Em parceria com órgãos públicos estaduais e municipais, instituições jurídicas e iniciativa privada, foi oferecido um conjunto de serviços aos moradores da região, entre eles, emissão gratuita de documentos, regularização do serviço militar, orientação jurídica, assistência médica e odontológica, vacinação, oficinas de grafite, corte de cabelo, dinâmicas sobre prevenção ao uso de drogas e dicas de culinária.

Também foram dadas informações sobre diversos programas sociais, como o Bolsa Família, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) e a Identidade Jovem. "Esse trabalho é tão ou mais importante do que colocarmos policiais nas ruas. Porque é o espaço social que fica faltando para essa população desassistida", disse o general Braga Netto ao acompanhar, rapidamente, as atividades.

A Praça Seca é um bairro da zona oeste do Rio de Janeiro vinculado à região administrativa de Jacarepaguá e abriga diversas comunidades como Bateau Mouche, Caixa D'Água, Chacrinha, Mato Alto, Barão, Covanca e Pendura-Saia. Nos últimos meses, moradores têm reclamado da intensidade de tiroteios. No mês passado, uma operação das forças de segurança contra criminosos e traficantes na região mobilizou 2,8 mil militares. Em outra operação, em 19 de maio, foi morto em confronto Sérgio Luiz da Silva Junior, conhecido como Da Russa, e apontado como chefe do tráfico na comunidade do Barão.

Oficina de culinária para moradores da Praça Seca, na zona oeste, durante ação comunitária do Gabinete de Intervenção Federal que leva serviços públicos à Vila Olímpica Manoel Tubino.

Oficina de culinária para moradores da Praça Seca, na zona oeste, durante ação comunitária do Gabinete de Intervenção Federal Fernando Frazão/Agência Brasil

Para o coronel Roberto Itamar, porta-voz do Gabinete de Intervenção Federal, as ações de combate à criminalidade não podem ocorrer de forma isolada e o Estado precisa estar presente com ações sociais. Segundo ele, atividades da mesma natureza serão realizadas em outros locais e serão divulgadas futuramente.

"Além das medidas de contenção dos índices de criminalidade, de estabilização da área, de reestruturação do policiamento, é importante esse acesso aos serviços tão necessários e que a população tem carência. As pessoas tem que viver suas vidas com saúde, cidadania e lazer", disse. 

Cidadania

As atividades ocorreram das 8h às 17h. A maior movimentação se deu em torno da emissão de documentos, como segunda via da carteira da identidade e das certidões de nascimento, casamento e óbito. 

A copeira Adriana Lourenço e o marido estavam sorridentes. "Estou muito feliz. Eu nem estava esperando, foi de repente", disse ela que iria finalmente, após cinco anos, realizar o sonho do casamento graças à presença do ônibus do programa Justiça Itinerante, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). No veículo, um juiz, um promotor e um defensor público atendiam a população, sem custos, para tratar de questões relativas a registro civil e a direito de família, cível e do consumidor. A copeira contou que já havia ido a um cartório, mas não tem condições de pagar R$ 400 para oficializar o relacionamento. 

Também atendiam a população a ouvidoria do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a Defensoria Pública e a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Políticas para Mulheres e Idosos. A Secretaria de Estado de Trabalho e Renda organizou um balcão de empregos. Interessados poderiam ainda requisitar a Carteira de Trabalho, entregue na hora. 

Ao longo de todo o dia, foram oferecidas consultas médicas e odontológicas. A moradora Tatiane Vieira Teles levou os dois filhos pequenos para avaliação do dentista. "Mas é importante que tenha encaminhamento para a rede pública", disse.

Foi montada uma estrutura para vacinar contra febre amarela e gripe, principalmente idosos, crianças, indígenas, gestantes e doentes crônicos.

A programação incluiu apresentações das bandas da Polícia Militar e da Guarda Municipal e um grupo musical formado por garis. Outra atração foram as oficinas e atividades interativas. A Clínica Jorge Jaber realizou uma ação preventiva do uso de drogas para crianças em idade pré-escolar.  

"A única coisa que pedimos a eles é colocar uma proteção no nariz que nós fornecemos. Quando um grupo de cerca de 20 crianças faz uso da proteção, os que vão chegando imitam. E aí,eles recebem a informação de que não devem permitir a entrada de substâncias tóxicas no nariz e na boca. Naturalmente, é uma abordagem inicial, que leva essas crianças a um estado de encantamento", disse o psiquiatra Jorge Jaber.