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Na eleição que nenhum político gostaria de vencer, Temer e Pezão são campeões de rejeição no Rio

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A insatisfação dos fluminenses com os governos que interferem na administração do Estado do Rio de Janeiro é democrática. Atinge tanto a esfera estadual como a federal. A única variável é a intensidade. O presidente  da República, Michel Temer, e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, não estão de bem com o eleitorado do Rio e, se dependessem de votos daqui para se reeleger — na verdade, só o presidente teria essa possibilidade, já que o governador encontra-se em segundo mandato —, dificilmente conquistariam uma vitória nas próximas eleições. Ambos acalentam entre os eleitores do Estado do Rio altos índices de rejeição. Segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas em parceria com o JORNAL DO BRASIL, 83,2% dos entrevistados desaprovam o governo Temer. Em termos de impopularidade, o presidente só perde, mesmo, para Pezão, que numa disputa cabeça por cabeça chega na frente com 89,2%. 

Michel Temer é alvo de críticas da oposição, que o acusa de ter traído a presidenta Dilma Rousseff e ter dado um golpe para assumir a cadeira no Palácio do Planalto. Mas muitos de seus aliados também fraquejam sempre que o assunto são as reformas impostas pela pauta presidencial, como a trabalhista, já aprovada, e a da Previdência. Tudo porque tais medidas caíram como uma bomba no colo do eleitorado. Apesar disso, ainda pode-se considerar que a situação de Temer é melhor por conta da distância geográfica entre Rio e Brasília. 

Especulação ou não, o fato é que tal proximidade, no caso de Pezão, tem-lhe custado, no mínimo, dores de cabeça com a quantidade de grupos — servidores públicos, professores, estudantes — que vira e mexe batem à porta do Palácio Guanabara com faixas, gritos de ordem e enfrentamento com a polícia militar do estado. 

A crise que praticamente parou os investimentos no Rio e levou a atrasos sequenciais no pagamento da folha salarial do funcionalismo, provocando um drama sem fim na vida da população, é creditada diretamente às mais recentes administrações do estado, encabeçadas pelo MDB de Pezão, mesmo partido do presidente Michel Temer. 

Entre os 1.850 eleitores fluminenses ouvidos pela pesquisa, entre os dias 4 e 9 de maio deste ano, 67,1% consideram a gestão de Pezão péssima; 14,9% acham ela ruim; e 13,5% a consideram regular. Na esteira desse desastre político, Temer navega um pouco atrás, mas passando por mares igualmente turbulentos. Quando o assunto se volta para o Planalto Central, 55% dos eleitores do Estado do Rio são taxativos ao cravar que o governo Temer é péssimo; 16,8% o acham ruim; e 22,2%, apenas regular. 

Michel Temer ainda encontra 0,6% dos eleitores que consideram seu governo ótimo. Já Pezão tem que se contentar com apenas 0,3% de simpatizantes que o consideram ótimo.