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Novela com final feliz: Ritinha, tubarão leopardo fêmea do AquaRio, ganha companheiro em abril

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Este mês, Zeca vai embarcar num avião especial da região oceânica do Indo Pacífico direto para o AquaRio, com a nobre missão de acabar com a solidão de Ritinha, como antecipou Jan Theophilo no Informe JB. Além de até hoje não ter um companheiro para chamar de seu, o tubarão leopardo (Stegostoma fasciatum) fêmea, além de suas modestas dimensões, ainda tem de conviver com a vistosa Margarida, tubarão da espécie mangona (Carcharias taurus), a estrela do tanque, com seus ostensivos 80 quilos e dois machos, Donald e Gastão. A fêmea até então solitária e o triângulo amoroso habitam a principal atração do maior tanque do local, com 3,5 milhões de litros de água, em meio a 18 outros tubarões e arraias e  de 60 peixes de diversas espécies. 

O tubarão leopardo recebe esse nome por conta das manchas em sua pele. Habita regiões tropicais dos oceanos Índico e Pacífico e gosta de viver perto de corais e sedimentos arenosos. A cópula do casal leva entre dois a cinco minutos. São tubarões ovíparos, e a fêmea coloca mais de 45 ovos durante 112 dias, que eclodem de quatro a seis meses em cativeiro, como será no caso de Ritinha. Com sorte, até o fim do ano os filhotes já estarão ajudando a povoar o tanque destinado aos bebês no AquaRio. Só em 2017, foram reproduzidos 700 filhotes na instituição. 

Esse drama da vida real tem tudo a ver com “Força do querer”, novela de ficção da TV Globo protagonizada por Iris Valverde e Marcos Pigossi que, não por acaso, batizaram os tubarões. Como a atriz mergulhou de verdade durante as filmagens, o AquaRio resolveu homenageá-la. 

Ritinha é novata entre os demais, porém esbanja carisma, segue nadando serena entre seus pares e não faz ideia do que a aguarda. Afinal, para um aquário que ostenta as certificações de Bem Estar concedidas pela Sociedade Brasileira de Zoológicos e Aquários e da tradicional inglesa Wild Wellfare, nada mais natural do que zelar pela felicidade de seus hóspedes. 

A entrada no AquaRio, maior aquário da América do Sul, já impressiona, com a ossada de uma baleia Jubarte — de 13 metros de comprimento e 37 toneladas — suspensa no lobby do prédio, em plena praça da alimentação. Por mais de dois anos, a ossada do mamífero foi tratada até a finalização da osteomontagem, depois de encalhar na Praia da Macumba, no Zona Oeste do Rio, em 2014. Com instalações de Primeiro Mundo, são 26 mil metros quadrados de área construída e cinco andares no circuito com 28 tanques, onde estão peixes da costa brasileira, do Caribe e da região do Indo-Pacífico. São ao todo 4,5 milhões de litros de água salgada e cerca de oito mil animais de 400 espécies diferentes. 

Equipamento de educação 

O AquaRio funciona como um equipamento de educação, pesquisa, conservação e lazer, com tecnologias inovadoras. Uma parceria do Centro de Pesquisas Científicas do AquaRio com o Departamento de Biologia Marinha da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) permitiu o desenvolvimento de estudos na área de reprodução em cativeiro de espécies ameaçadas e o gerenciamento educacional de alunos e estagiários no aquário, criando novas oportunidades de pesquisa da vida marinha. 

Os preços, porém, são salgados como a água do mar — R$ 100, para estrangeiros; R$ 80, para brasileiros; R$ 60, para cariocas; e R$ 50, para crianças (em breve haverá uma promoção de R$ 39,90 para os pequenos). Em compensação, as escolas públicas entram de graça. Existe, inclusive, uma sala de realidade aumentada especialmente destinada a esse público, onde as crianças mexem em telas virtuais e têm uma bióloga à disposição para informar sobre todas as espécies que vivem no mar. Apesar de toda a crise, público é o que não falta: de novembro de 2016 ao mesmo mês de 2017 foram 1,4 milhão de visitantes. Aos domingos, a frequência chega a sete mil pessoas.