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Após denunciar ameaças no caso cinema VIP, companheiro de cela de Cabral é transferido

Diretor de presídio queria que ex-policial assumisse responsabilidade pelo plano

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O ex-companheiro de cela do ex-governador Sérgio Cabral foi transferido na noite de quinta-feira (21), por determinação da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) do Rio, depois de relatar pressões da direção do presídio para assumir a autoria da plano de instalar um cinema VIP na cadeia.

De acordo com relato do ex-policial militar Flávio Mello dos Santos à Corregedoria da Seap e ao Ministério Público do Rio, ele foi ameaçado de retaliação pela direção da cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, caso não afirmasse que a ideia da instalação do cinema na unidade era de sua responsabilidade.

O ex-policial foi testemunha-chave na investigação que indicou o diretor do presídio de Benfica, Fábio Ferraz Sodré, como um dos responsáveis por tentar proteger Cabral da responsabilidade pela instalação do cinema na cadeia.

De acordo com relado do ex-PM, após prestar depoimento à Corregedoria da Seap, Sodré disse que ele seria transferido para o terceiro ou quarto andar, onde é feita a triagem  das três facções criminosas do Rio. Em seguia, ele acabou transferido para a galeria A do segundo andar. Em nota, a Seap diz que a transferência cumpriu "determinação judicial". 

Denúncia

Cabral foi denunciado sob acusação de falsificar o termo de doação do equipamento para o cinema VIP em nome de pastores evangélicos. Na denúncia, o Ministério Público pede a transferência do ex-governador para o Complexo Penitenciário de Gericinó.

A investigação aponta que Cabral convenceu pastores evangélicos a assinarem um termo de doação do equipamento (TV, DVD e Home Theater) que, segundo ex-governador, já estavam no local. Após o caso vir à tona, equipamento foi retirado e doado para uma ONG da Baixada Fluminense.