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Cabral vira "anfitrião" em presídio de Benfica

"Foi uma injustiça o que fizeram com você", diz a novos presos da Lava Jato

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O ex-governador Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016, se transformou numa espécia de "anfitrião" na Cadeia Pública José Frederico Marqueso, em Benfica.

De acordo com o colunista Lauro Jardim, Cabral recebe os novos presos da Lava-Jato afirmando que foi "uma injustiça" a prisão e, em seguida, se oferece para mostrar as instalações da cadeia.

No mês passado, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) encontrou na cadeia alimentos que seriam destinados a presos da Lava Jato, como Cabral.

Vistoria apreendeu iogurte, queijos, castanhas, frios diversos, tais como camarão e bolinhos de bacalhau, entre outros tipos de alimentos proibidos no local. Há também filtros de água instaladas, o que, segundo o MP, demonstra clara distinção de políticos e empresários da Lava Jato em relação aos demais presos. A inspeção encontrou, ainda, na cela do empresário do ramo de ônibus Jacob Barata Filho, preso por corrupção, R$ 500 em dinheiro. Em vídeo do Ministério Público ao qual o programa Fantástico teve acesso, a cela de Cabral aparece aberta enquanto o ex-governador conversa com o presidente da Alerj, deputado Jorge Picciani (PMDB), também detido pela Lava Jato.

Na ocasião, Cabral fez perguntas com tom de ironia a integrantes do Ministério Público. Em entrevista à TV, a promotora Andrea Amin disse que o ex-governador perguntou se ela estava procurando por fuzis ou drogas em sua cela.

"Ele veio perguntar quem coordenava a operação. Eu disse que era eu. E aí, ele perguntou se eu procurava um AK-47 ou por crack. Respondi que se achasse, apreenderia. Tempos depois, ele voltou e fez elogios ao trabalho do Ministério Público", relatou a promotora.