ASSINE
search button

Governo do Rio vai pedir transferência de Rogério 157 para presídio de segurança máxima

Secretário de Segurança disse que vai apurar selfie de policiais com traficante

Compartilhar

O Secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Roberto Sá, disse nesta quarta-feira (6), durante coletiva de imprensa sobre a prisão do traficante Rogério Avelino de Souza, o Rogério 157, que vai pedir a transferência do criminoso para um presídio de segurança máxima fora do estado.

Sá rebateu críticas às operações policiais com tiros. Segundo ele, disparos feitos pela polícia não são sinônimo de ação sem trabalho de inteligência. "A Polícia não é recebida com flores", resumiu.

>> Polícia Civil apura selfies de policiais com Rogério 157

Roberto Sá também falou sobre a imagem que está circulando nas redes sociais, uma selfie dos policiais com o traficante, pouco depois da prisão. "A gente não pode glamourizar criminoso. Houve uma alegria que pode ter passado do ponto", afirmou Sá, confirmando informação da Polícia Civil de que o fato será apurado pela Corregedoria.

Após a prisão desta quarta-feira, moradores da Rocinha relataram em redes sociais um tiroteio na favela. Rogério era chefe do tráfico na comunidade e, após deixar a facção Amigo dos Amigos (ADA) e se aliar ao Comando Vermelho (CV), tomou a parte alta da Rocinha. O tiroteio seria entre as quadrilhas rivais. 

Durante coletiva de imprensa, o delegado Gabriel Ferrando, da 12ª DP, disse que o criminoso vinha tentando apagar alguns traços físicos para não ser reconhecido desde que passou a ser procurado, mas que os policiais da operação o conheciam e fizeram a identificação.

>> Operação integrada prende sete pessoas na Zona Norte do Rio

>> Forças Armadas dão apoio a ação contra crime organizado em 4 comunidades

>> Juiz decreta prisão de Rogério 157 e outros integrantes do tráfico na Rocinha

>> Polícia diz que espera prender traficante Rogério 157 a qualquer momento

>> Negociação de rendição de Rogério 157 é interrompida, diz secretário de Segurança

A delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, que participou da força-tarefa para a prisão de Rogério 157, disse que ele contou à polícia que estava escondido no Morro da Mangueira, em São Cristóvão, e na madrugada desta quarta-feira foi para a comunidade do Arará, porque “ele achava que indo para lá não seria encontrado, porque o aparato policial não seria deslocado para uma comunidade pequena”. As duas comunidades ficam próximas e o deslocamento de carro com as ruas vazias leva menos de 20 minutos.

A delegada informou ainda que Rogério 157 vinha circulando por várias comunidades e que a prisão do traficante foi possível devido a um compartilhamento de informações entre várias delegacias.

O traficante estava escondido numa casa no Arará, na hora da prisão. Quando notou o cerco policial, pulou o muro e se escondeu em outra casa ao lado, onde foi encontrado embaixo de uma cama. Ele disse que era primo da dona da casa, que morava sozinha. Ele deu o nome de Marcelo de Souza Silva, mas como não tinha documentos, os policiais perguntaram sobre o nome do pai da moradora, que ele não soube dizer.

A partir daí, como caiu em contradição e vendo que estava perdido chegou a falar que tudo poderia ser resolvido em 20 minutos, ou seja, que ofereceria propina para que fosse solto.

Participaram da prisão de Rogério 157 agentes da 12ª e da 13ª delegacias policiais, localizadas em Copacabana, na zona sul da cidade. Os policiais disseram que não dispararam um único tiro na hora da prisão. Vaidoso, o traficante usava um relógio Rolex no pulso, estava com as unhas pintadas e cabelo e barba cortados e aparados.

Ele será levado da Cidade da Polícia para o Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio, onde ficará à disposição da Justiça.