ASSINE
search button

Rio busca caminhos para se tornar uma cidade mais inclusiva

Compartilhar

Criado em 1992 por uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado neste domingo (3), visa promover os direitos e o bem-estar das pessoas com deficiência ao redor do mundo. Este ano, a ONU adotou como tema para essa mobilização a "transformação em busca de uma sociedade sustentável e resiliente para todos".

No Rio de Janeiro, o principal evento relacionado à data é a Feira Cidade PcD, que termina neste domingo. Ela reúne diversos serviços e informações relacionados ao tema.

"A Prefeitura vê a participação na feira não só como uma oportunidade de mostrar as principais ações do segmento que desenvolvemos, mas como de aprendizado diferenciado", afirma Geraldo Nogueira, subsecretário da pessoa com deficiência.

Para além da feira, a Prefeitura vem investindo em ações voltadas para esta parcela da população. A cinoterapia, método terapêutico que recorre à interação com cães para melhorar ou desenvolver o funcionamento cognitivo, emocional ou fisiológico de pessoas com deficiência, foi retomado em março pela Guarda Municipal. Os três restaurantes populares inaugurados este ano ganharam equipamentos voltados à mobilidade e profissionais capacitados para o atendimento à PcD. Com a preocupação de tornar a inclusão uma realidade para mais cariocas, a Secretaria Municipal de Cultura trabalha para oferecer intérpretes de Libras em cerca de 10% dos eventos em espaços públicos da cidade.

A Guarda Municipal, especialmente, tem se destacado nesta área. Além da cinoterapia, no segundo semestre deste ano, a GM lançou uma campanha educativa com orientações sobre a importância do respeito às vagas de estacionamento reservadas a pessoas com mobilidade reduzida, como idosos e cadeirantes. Este mês, a Guarda Municipal também regulamentou um manual de tratamento e abordagem a pessoa com deficiência para seus agentes.

"Nosso maior desafio é fazer com que a acessibilidade seja uma política transversal, passando por todas as secretarias e órgãos municipais. Conscientizar a todos na administração municipal de que eles precisam prestar atenção nesta parcela da população, sobretudo os servidores de carreira, pois eles ficam na Prefeitura independentemente da gestão", avalia Geraldo Nogueira.

O subsecretário, que no último mês participou de um seminário na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre acessibilização, afirma que já existem projetos em pauta que vão facilitar a vida dos cariocas com deficiência.

"Estamos com alguns projetos engatilhados, como facilitar o acesso das pessoas com deficiência à gratuidade nos ônibus e retirar a necessidade de renovação da gratuidade para pessoa com deficiência permanente", diz.

Legado paralímpico

Para o subsecretário da pessoa com deficiência, as melhorias de acessibilidade que a Paralimpíada-2016 poderiam ter trazido para o carioca ficaram aquém do potencial do evento.

"Da Olimpíada, tivemos como legado modais de transporte mais acessíveis, como o BRT e o VLT. Fora isso, o legado de acessibilidade ficou muito concentrado no entorno dos estádios e locais de competição", afirma.