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Côrtes confirma caixa dois para Pezão e Pedro Paulo a pedido de Cabral e Paes

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Em depoimento prestado na tarde desta quarta-feira (8), o ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes afirmou que fez doações ilegais para as campanhas de Luiz Fernando Pezão ao governo do estado em 2014 e de Pedro Paulo à prefeitura do Rio em 2016. Côrtes afirmou que foram repassados R$ 300 mil a Pezão via caixa dois, e R$ 150 mil para Pedro Paulo. De acordo com o ex-secretário, os pedidos de doação foram feitos pelo ex-governador Sérgio Cabral, em 2014, e pelo ex-prefeito Eduardo Paes, no ano passado.

Segundo Côrtes, a verba teria sido conseguida com o empresário Miguel Skin, que também é réu no processo que apura o esquema de corrupção na Saúde do Rio no governo Cabral. De acordo com o depoimento, Cabral teria feito o pedido para  arrecadação de dinheiro com Skin, em 2014. Côrtes teria conseguido R$ 450 mil, mas disse a Cabral que havia apenas R$ 300 mil. Este valor teria sido repassado, em espécie, ao operador Luiz Carlos Bezerra. Os R$ 150 mil restantes Côrtes afirmou que guardou em casa. Segundo o depoimento, o ex-secretário teria sido procurado em 2016 pelo então prefeito Eduardo Paes, que pediu ajuda financeira para a campanha de Pedro Paulo. O ex-secretário, então, doou R$ 150 mil oficialmente e mais R$ 150 mil por caixa dois, entregues ao marqueteiro Renato Pereira.

"Repassei dinheiro ao Bezerra uma única vez, em 2014. Foram R$ 300 mil a pedido do Sérgio Cabral. Ele me procurou e pediu que eu ajudasse na campanha do Pezão: 'A campanha está muito difícil, você conseguiria contribuir?' Pedi ao Miguel Skin R$ 450 mil. Skin avisou o Gustavo [Estellita] e ele me repassou. Falei para ele [Cabral] que o que consegui foram R$ 300 mil e repassei", disse Côrtes ao juiz Marcelo Bretas. O ex-secretário prosseguiu: "Em 2016, fui procurado pelo então prefeito Eduardo Paes e ele me pediu ajuda para a campanha do candidato Pedro Paulo à prefeitura. Ele perguntou se conseguiria esses recursos com a Rede D'Or. Cheguei a procurar o presidente [da empresa], mas ele foi categórico dizendo que não iria contribuir. Eu contribuo com R$ 150 mil oficialmente, aí já tinha lastro no imposto de renda para repassar. Depois faço dois repasses ao Renato Pereira. Ele foi ao meu escritório na Rede D'Or e fiz o repasse de R$ 150 mil a ele."