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Prefeitura de Eduardo Paes teria direcionado contrato de agência de comunicação, diz delator

Renato Pereira afirma que recebeu 30% do valor pago a empresa em troca

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O publicitário Renato Pereira, em acordo de colaboração premiada, disse ter agido para direcionar à FSB Comunicação o contrato de comunicação da prefeitura do Rio, em 2015. Em troca, Pereira afirmou ter recebido cerca de 30% dos lucros da empresa, de acordo com informações que circulam na imprensa.

O marqueteiro afirmou ter sido procurado em 2015, ano anterior aos Jogos Olímpicos do Rio, pelos sócios da FSB, Marcos Trindade e Francisco Brandão. Ambos reclamaram por não participarem das contas de publicidade da prefeitura. Segundo Pereira, a questão foi discutida em um almoço na casa de Brandão.

Pereira alega ter convencido o então prefeito Eduardo Paes (PMDB) a direcionar a licitação à FSB, posteriormente. Até então, Paes teria preferência pela CDN Comunicação, de acordo com a delação. Após o peemedebista aceitar a proposta, os detalhes do direcionamento acertados com Guilherme Schleder, então integrante da Casa Civil, segundo o delator.

Desde 2015, a prefeitura do Rio pagou R$ 35,5 milhões à FSB, segundo dados oficiais.

Delcídio

A FSB, de Francisco Soares Brandão, também já havia sido citada na delação do ex-senador Delcídio do Amaral. Ele afirmou que foi orientado pelo então ministro da Secretaria de Comunicação Social Edinho Silva a "esquentar" doações provenientes da indústria farmacêutica com notas frias. Segundo a delação, Delcídio teria usado notas da ex-sócia de Duda Mendonça, Zilmar Fernandes, e da FSB Comunicações para receber R$ 1 milhão em dinheiro do laboratório EMS.

Na ocasião, a FSB Comunicação negou recebimento de recursos da EMS, "empresa que jamais foi cliente da agência", e disse que está processando o diretório do PT no Mato Grosso do Sul para receber valores devidos por serviços prestados na campanha de 2014.

Inclusive, sabe-se também que há uma forte relação entre a FSB e a Andrade Gutierrez, e há informações que a FSB teria trabalhado para o ex-ministro José Dirceu.

A EMS enviou nota ao JB dando o seguinte posicionamento: 

Em relação à matéria veiculada hoje pelo Jornal do Brasil, a EMS informa que não firmou contrato com as empresas citadas pelo ex-senador Delcídio do Amaral em seu depoimento e não teve qualquer participação no financiamento da campanha.