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Após quatro horas fechada, autoestrada Lagoa-Barra é reaberta

Operação policial na Rocinha causou o fechamento da via e levou pânico à população

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Após passar quatro horas interditada por conta de um intenso tiroteio na comunidade de Rocinha, a autoestrada Lagoa-Barra foi liberada para o tráfego. A vida faz a ligação entre os bairros da Zona Sul do Rio à Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Na manhã desta sexta-feira (22), uma nova troca de tiros durante uma operação contra o tráfico de drogas na comunidade.

Desde domingo, quando houve um intenso confronto entre traficantes, o clima na Rocinha é de medo. Criminosos disputam o comando do tráfico na comunidade.

Ao longo da semana, policiais fizeram uma série de operações na Rocinha, sem contudo diminuir o clima de confronto e pânico na região. Nesta sexta-feira, bandidos estariam fazendo disparos da mata contra os policiais que realizam o cerco à comunidade. Nas redes sociais, há relatos que os bandidos estão em fuga pelo Alto da Boa Vista. Um ônibus foi queimado na orla de São Conrado.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou, na quarta-feira (20), que optou por impedir uma intervenção policial no domingo, na Rocinha, para evitar a morte de inocentes, e para garantir a segurança do público que voltava do Rock in Rio, na Zona Oeste do Rio. Pezão admitiu que  soube, na madrugada de domingo (17), que criminosos iriam invadir a comunidade, na Zona Sul do Rio.

“Nós sabíamos. Eu mesmo fui consultado de madrugada pelo secretário Roberto Sá e pelo comandante Wolney e pedi para a gente ter muita cautela, porque eu conheço a Rocinha desde a ponta lá no alto até embaixo. O dia que tem mais gente na rua é no domingo. Se a gente reage ali àquela entrada daqueles marginais com fuzil seria uma guerra em que morreriam muitos inocentes”, disse o governador, completando: "Tem que ver o momento de entrar. Será que numa volta do Rock in Rio era hora de entrar e ir para o confronto ali?"

Veja vídeo que circula pelas redes sociais

Confronto de domingo

Na madrugada de domingo (17), moradores da Rocinha acordaram sob intenso tiroteio entre traficantes que disputam o controle da venda de drogas na comunidade. Moradores relataram ter ouvido tiros de armamento pesado e até granadas.

Nas redes sociais, relatos de pânico revelavam o drama da comunidade. Algumas regiões ficaram inclusive sem energia elétrica. A estação do metrô em São Conrado chegou a ser fechada, mas já foi reaberta.

No dia 13 de agosto, homens da facção de Rogério Avelino da Silva, conhecido como Rogério 157, que controla o tráfico no local, foram mortos. Ele teria herdado o comando do tráfico após a prisão de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, que controlava anteriormente e está preso desde 2011. O clima é de disputa entre Rogério e Nem na região. Relatos dão conta de que Rogério teria traído Nem, dando um golpe para ficar com o controle total da comunidade.