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Pezão: “Vamos permanecer na Rocinha o tempo que for necessário”

Governador pediu cautela para evitar mortes de inocentes na comunidade no último domingo

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O governador Luiz Fernando Pezão afirmou, nesta quarta-feira (20/9), que tropas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) vão permanecer na Rocinha, Zona Sul do Rio, o tempo que for necessário para evitar novos confrontos de facções criminosas na comunidade.

- Nós vamos ocupar pelo tempo que precisar. Se necessitarmos do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, das Forças Armadas lá embaixo, nós vamos pedir. Estamos lá na Rocinha com o Bope, e vamos permanecer o tempo que precisar – afirmou o governador.

Pezão esclareceu que a Polícia Militar evitou confrontos na comunidade, no último domingo, para evitar a morte de inocentes. Segundo ele, o movimento do público do Rock in Rio nas proximidades da Rocinha também poderia atingir inocentes.

- Domingo de manhã é o dia mais agitado na Rocinha, nós sabemos. Eu fui consultado de madrugada pelo secretário Roberto Sá e pelo coronel Wolney (comandante da Polícia Militar) e pedi muita cautela. Eu conheço muito a Rocinha, da ponta lá do alto até embaixo. O dia que tem mais gente na rua é no domingo. Se a gente reage à entrada daqueles marginais portando fuzil, seria uma guerra onde morreriam muitos inocentes. Eu desautorizei qualquer ação naquele momento de confronto – frisou o governador.

Pezão reiterou que vem tomando todas as providências necessárias para combater a violência no Estado do Rio, apesar da crise financeira. Ele destacou que solicitou, em julho último, à Presidência da República, o emprego das Forças Armadas para a garantia da lei e da ordem no estado. O governador reafirmou que tem trabalhado em parceria com o governo federal no enfrentamento à crise de segurança pública desencadeada por organizações criminosas, que vem se agravando com a entrada de drogas e armas pelas linhas fronteiriças do estado.

- O que me cabia fazer, eu fiz. Fui ao presidente Michel Temer, pedi a garantia da lei e da ordem, pedi o reforço das Forças Armadas, pedi uma presença maior da Polícia Rodoviária Federal. O Rio não é fabricante de fuzil, não tem fábrica de armas, não é um refinador de cocaína, não tem plantação de maconha. Somo cercados de rodovias federais – disse.

No ofício enviado, no último dia 27 de julho, à Presidência da República - e autorizado pelo governo federal -, em que solicita o emprego das Forças Armadas em ações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o governo do Rio destaca que "a estrutura de segurança pública desta Unidade da Federação encontra-se à disposição das Forças Armadas para os devidos ajustes de planejamento e execução das operações a serem levadas a efeito".

A presença das Forças Armadas no estado e a integração com os órgãos estaduais de Segurança foram defendidas pelo governador Pezão, que salientou o ineditismo da situação, que exige planejamento.

- É uma situação nova, fazer um deslocamento rápido, de 10 mil homens das Forças Armadas, exige um planejamento. Eles não querem entrar nas comunidades para ficar, essa foi uma decisão que eles comunicaram quando vieram para cá, que vão fazer operações pontuais - disse o governador, destacando ainda que “a polícia está trabalhando, as nossas forças de segurança estão trabalhando”.

- Precisamos, cada vez mais, dessa integração que nós estamos fazendo, vamos aperfeiçoá-la e melhorá-la cada vez mais. Nunca se prendeu tanto nesse estado, se apreendeu tanto fuzil. Já são mais de 300 fuzis apreendidos este ano – concluiu.

Fundo de segurança pública

O governador Luiz Fernando Pezão anunciou que, nos próximos dias, enviará à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro um projeto de lei para a criação de um fundo de recursos para a área de segurança, atrelado à arrecadação de royalties do pré-sal. A mensagem ainda está sendo finalizada pela equipe do governo.

PM realiza operações para prender criminosos envolvidos na disputa da Rocinha

A Polícia Militar realiza, nesta quarta-feira (20/09), operações em diferentes localidades da cidade. Trata-se de desdobramentos das ações realizadas desde a última segunda-feira (18/9) na Rocinha para prender criminosos envolvidos na disputa do tráfico local.

O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) está na Rocinha, Zona Sul do Rio.

Equipes do Batalhão de Ação com Cães (BAC) operam na Chácara do Céu, no Leblon, e no Vidigal.

Policiais militares da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) atuam em comunidades do bairro Estácio - São Carlos, Mineira, Querosene e Zinco.

Na Zona Oeste do Rio, o 14ºBPM (Bangu) opera na Vila Vintém.