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Jorge e Leonardo Picciani são citados em delação de Jonas Lopes

Ex-presidente do TCE aponta atividades ilícitas em empresa de agropecuária do presidente da Alerj

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A empresa do presidente licenciado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Jorge Picciani, e do filho dele, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, foi citada na Lava Jato. Os dois são donos da empresa de agropecuária Agrobilara, referida por supostas atividades ilícitas na delação premiada do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Jonas Lopes.

O Ministério Público Federal investigou um esquema de pagamento de propina para os conselheiros do TCE. As investigações partiram das delações premiadas de Jonas Lopes de Carvalho Júnior, ex-presidente do TCE, e do doleiro Álvaro José Novis.

Segundo Jonas, em setembro de 2014, R$ 500 mil obtidos na prática de corrupção foram usados na compra subfaturada de 100 cabeças de gado, da Agrobilara Comércio e Participações LTDA, dissimulando a natureza ilícita dessa quantia. A empresa fica em Uberaba, em Minas Gerais, e tem Picciani e seus filhos como sócios, um deles é Leonardo.

Jonas compareceu a uma das fazendas da Agrobilara e adquiriu os animais por R$ 600 mil, ajustando a emissão de notas fiscais subfaturadas com os vendedores

O ex-presidente do TCE conta que os proprietários da empresa emitiram duas notas fiscais de R$ 32,5 mil e duas de R$ 17,5 mil, correspondentes à totalidade dos animais, mas indicaram apenas parte do valor total do negócio.

Jonas disse que a quantia restante de R$ 500 mil foi quitada em espécie, em maços de dinheiro entregues a um dos sócios da empresa, na sala da presidência do TCE e na própria residência do ex-presidente do Tribunal de Contas.

Na delação, Jonas também teria citado outras ocasiões posteriores envolvendo subfaturamentos, também dissimulando a natureza ilícita das negociações. Segundo o ex-presidente do TCE, havia um sócio em comum tanto na Agrobilara, empresa dos Picciani, como na agropecuária Copacabana. Essa pessoa não está identificada no documento.

O Ministério Público Estadual do Rio investiga o suposto enriquecimento ilícito de Jorge Picciani com negócios agropecuários.

Tanto o MP estadual como o federal querem saber se a comercialização de animais das empresas de Picciani seria uma moeda de troca por favores políticos.

Os dois desmentiram a acusação em nota. Segundo a justificativa dos Picciani, as operações foram auditadas e com notas fiscais emitidas. Segundo o advogado do deputado e do ministro, eles não são citados na delação, apenas a empresa da qual são donos.

A assessoria da Alerj divulgou a seguinte nota:

"Mais uma vez, Jonas Lopes mente na tentativa de me envolver. Todas as operações da Agrobilara, inclusive as poucas que fizemos com esse senhor, foram devidamente auditadas, com notas fiscais emitidas e impostos recolhidos, a preços compatíveis aos praticados no mercado de animais Girolandos de leite."