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Andrei se diz encorajado após ato em sua defesa e contra a homofobia em Niterói

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"Eu tenho que seguir em frente para que isso não aconteça com mais ninguém", disse o estudante de Artes da UFF, Andrei Apolonio, 23, que denunciou um policial da 81ª DP de Niterói por agressão motivada por homofobia. 

"Aqui eu não me sinto sozinho. Estou me sentindo muito amado, e percebendo que essa causa não é só minha, é de muitas pessoas", acrescentou o estudante que participou de um ato em sua defesa e contra a LGBTfobia na última quinta-feira (27), na Praça Arariboia em Niterói. 

"Somos amigos e amigas de Andrei que, ao tentar registrar a queixa do furto de um celular, acabou mantido em cárcere privado e submetido por mais de uma hora a torturas física e psicológica dentro da delegacia", diz o manifesto que convocava para o protesto nesta quinta, acrescentando que o estudante "foi agredido por ser gay". 

>> Estudante da UFF denuncia agressão de policial por LGBTfobia 

O documento é assinado pela Justiça Global, Grupo Tortura Nunca Mais, Mandato Vereadora Talíria Petrone (PSOL), Mandato Deputado Estadual Flávio Serafini (PSOL), Diretório Central de Estudantes - Fernando Santa Cruz, RUA - Juventude Anticapitalista, Coletivo de Movimento Estudantil Nós Não vamos Pagar Nada, Vamos à Luta, PACS - Políticas Alternativas para o CONE Sul e Grupo Diversidade Niterói - GDN. 

"Manifestamos a nossa profunda solidariedade a Andrei e o nosso total repúdio ao crime cruel e de caráter LGBTfóbico cometido por agentes do Estado em serviço. Não podemos permitir que Niterói vire referência em LGBTfobia e em violência e em opressões promovidas pelo próprio Estado", continua o texto. 

Andrei Apolonio dos Santos denunciou agressões motivadas por LGBTfobia de um agente de segurança pública em plantão na unidade da Polícia Civil em Itaipu, região oceânica de Niterói. O estudante afirma que foi arrastado para dentro da delegacia, ao mesmo tempo em que era humilhado por sua orientação sexual, e após tentativa de fuga, fora novamente agredido fisicamente até perder três dentes. 

As Comissões de Direitos Humanos que estão acompanhando o caso de Andrei denunciam, principalmente, a violação de direitos pelo Estado: “tortura em cárcere privado em uma unidade do estado praticada por um agente de segurança pública contra um cidadão que só queria registrar uma queixa”, disse Benny Briolly, assessora parlamentar transsexual, que cuida da pauta LGBT no gabinete da vereadora de Niterói Talíria Petrone (PSOL).

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (DPRJ) entregou à Corregedoria de Polícia Civil, na tarde da última quinta-feira (20), o pedido de afastamento e também o de suspensão do porte de arma do policial acusado de agredir um estudante. De autoria do Núcleo da Diversidade Sexual e Direitos Homoafetivos da Defensoria (Nudiversis), o documento também foi entregue ao Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) para o devido acompanhamento.

"Eu sei que ficar calado não vai ajudar em nada. Então, eu estou aqui para tentar fazer a minha história ser ouvida e para encorajar outras pessoas a falar também", finalizou Andrei.