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PF encontra indícios de pagamento de propina para Luiz Fernando Pezão

Nome de governador aparece em troca de mensagens de operador de Sérgio Cabral

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A Polícia Federal enviou ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, um novo relatório sobre o esquema de corrupção no governo de Sérgio Cabral (PMDB), com indícios de pagamento de propina para o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), segundo informações do RJTV desta quarta-feira (21).

Segundo os agentes da força-tarefa da Operação Lava Jato, o nome de Pezão aparece em uma troca de mensagens de um operador do esquema comandado por Sérgio Cabral, que está preso desde novembro do ano passado. O operador é Luiz Carlos Bezerra, identificado na operação como homem da mala da organização criminosa de Cabral.

Em nota, Pezão afirmou, por meio de sua assessoria, que nunca recebeu recursos ilícitos e que está à disposição da justiça para prestar esclarecimentos.

>> Relatório da PF aponta suposta ligação entre Pezão e esquema de Cabral

Ex-secretário de Cabral confirmou em maio caixa 2 na campanha de reeleição

No início de maio, em depoimento à Justiça Federal do Rio, o ex-secretário de Obras do governo Sérgio Cabral Hudson Braga confirmou o caixa 2 na campanha à reeleição de Pezão, em 2014, e o pagamento de 1% de propina em obras, conhecida como "taxa de oxigênio". Hudson acrescentou que ficou com R$ 3 milhões de "sobras de campanha" e guardou o dinheiro em um cofre da empresa Transexpert. Hudson Braga foi coordenador da campanha de Pezão e está preso com Complexo Penitenciário de Gericinó. 

Pezão negou as acusações feitas por Hudson, em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, de que teria feito uso de verba sem origem declarada durante a campanha que elegeu Pezão ao governo do estado, em 2014. O governador disse que cabe a Hudson responder as acusações e que não tem nada a temer em relação as suas contas. “Ele (Braga) responde pela parte que ele falou, que eu não sei. Vou esperar sair oficialmente”, comentou o governador após uma reunião no ministério da Justiça.

Visivelmente contrariado ao ser questionado sobre o assunto, Pezão não explicou o que quis dizer com “esperar sair oficialmente”, já que o depoimento foi divulgado pela própria Justiça Federal. À época, o governador havia dito que já foi investigado pela Polícia Federal em inquérito aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e que nada foi encontrado contra ele. O inquérito citado por Pezão foi aberto após a delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, mas como não conseguiu obter dados complementares a partir de outros delatores a polícia não encontrou provas materiais dos supostos pagamentos feitos pelas empreiteiras ao governador.