Preso em junho de 2013 por suposta prática de porte de aparato incendiário ou explosivo quando levava apenas duas garrafas plásticas de produtos de limpeza, o catador de latas Rafael Braga Vieira foi condenado à pena de 11 anos e três meses de reclusão, além do pagamento de R$ 1.687. A sentença foi publicada no portal do TJRJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro) nesta quinta-feira (20).
O juiz Ricardo Coronha Pinheiro negou, em fevereiro, pedido de diligências da defesa que, se atendido, poderia ter mudado o rumo do caso. O DDH (Instituto de Defensores de Direitos Humanos), que atua na defesa de Rafael Braga desde dezembro de 2013, afirma que irá recorrer.
Depois de ter direito à prisão domiciliar em dezembro de 2015, Rafael foi preso novamente em janeiro de 2016 por tráfico de drogas e associação ao tráfico. A prisão ocorreu quando ele caminhava da casa de sua mãe para uma padaria na Vila Cruzeiro, favela no bairro Penha, zona norte do Rio, onde vive sua família. O catador de latas afirma que as acusações foram forjadas por policiais da UPP Vila Cruzeiro. Segundo policiais, ele estava com 0,6g de maconha e um morteiro em sua mochila.
Negro, pobre e favelado, Rafael Braga é o único condenado preso no contexto das jornadas de junho de 2013.