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Eduardo Paes recebeu R$ 15 milhões em propina pela Olimpíada, segundo delação

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O ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB), que aparece em listas da Odebrecht com o pseudônimo "Nervosinho", recebeu R$ 15 milhões em propina pelos Jogos Olímpicos, segundo a delação premiada de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, do Departamento de Propinas da empreiteira. Segundo matéria publicada pelo jornal O Estado S. Paulo nesta terça-feira (11), as solicitações teriam sido feitas em 2012. 

Secretário municipal de Saúde na primeira gestão de Eduardo Paes à frente da capital fluminense, Hans Dohmann pediu exoneração do cargo em fevereiro de 2013, quando foram denunciadas irregularidades em relação à empresa de esterilização Form Steril, que abastecia hospitais da rede pública do município com materiais irregulares. 

O Estadão teve acesso a despachos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, assinados eletronicamente no dia 4 de abril.

“Dessa quantia, R$ 11 milhões foram repassados no Brasil e outros R$ 5 milhões por meio de contas no exterior. O colaborador apresenta documentos que, em tese, corroboram essas informações prestadas, havendo, em seus relatos, menção a Leonel Brizola Neto e Cristiane Brasil como possíveis destinatários dos valores”, relata Fachin.

O jornal destaca ainda que o ex-prefeito do Rio também foi delatado pelos executivos da Odebrecht Leandro Andrade Azevedo e Luiz Eduardo da Rocha Soares. 

Paes também teria negociado repasse de R$ 3 milhões da Odebrecht para a campanha a deputado federal de Pedro Paulo (PMDB) em 2010, segundo Leandro Azevedo. Pedro Paulo foi candidato de Eduardo Paes à prefeitura do Rio em 2016, porém, foi derrotado no primeiro turno. Benedicto Júnio delata que em 2014, Pedro Paulo teria recebido R$ 300 mil, ‘de maneira oculta, para a campanha à prefeitura’. 

“Essas somas seriam da ordem de R$ 3 milhões, tendo a transação sido facilitada por Eduardo Paes, ex-prefeito do município do Rio de Janeiro, por meio de contato com o diretor Benedicto Júnior. Afirma-se, nesse contexto, que, no sistema ‘Drousys’ [a rede de comunicação interna, uma espécie de intranet, dos funcionários do “departamento da propina” da Odebrecht], há referência a diversos pagamentos a “Nervosinho”, suposto apelido de Eduardo Paes”, conta Fachin em decisão que mandou investigar Eduardo Paes.

Fachin acrescenta ainda que Leandro Andrade Azevedo apresenta as planilhas de que constariam os pagamentos e e-mails em que reuniões teriam sido agendas e solicitações de pagamentos foram feitas.