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Filho de Cabral responsabiliza o pai por dinheiro em sua campanha eleitoral

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Filho do ex-governador Sérgio Cabral, o deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ) tem responsabilizado o pai diante das suspeitas de caixa 2 em sua última campanha eleitoral. De acordo com a coluna Radar, da revista Veja, Marco Antônio afirma a seus interlocutores que toda a parte financeira era tocada pelo seu pai, à época governador do Rio.

Sérgio Cabral está preso preventivamente desde novembro do ano passado, junto com sua mulher, a advogada Adriana Ancelmo. Alvo da Operação Calicute, um dos braços da Operação Lava Jato, o ex-governador é réu em diversos processos por crimes como lavagem de dinheiro e corrupção.

De acordo com o publicitário Francisco de Assis Neto, conhecido como Kiko, preso em fevereiro, ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio, o dinheiro vivo entregue no escritório de sua empresa está vinculado à campanha de Marco Antônio Cabral. Ele era considerado o último foragido da Operação Eficiência, que investiga esquema de lavagem de dinheiro e recebimento de propinas por Sérgio Cabral. Kiko era ex-assessor da área de Comunicação do governo Cabral.

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Os doleiros Renato e Marcelo Chebar relataram, em delação premiada ao Ministério Público Federal, o repasse de dinheiro em espécie na sala da Corcovado Comunicação, empresa de Kiko. De acordo com planilha entregue pelos dois, a empresa foi o destino de R$ 7,7 milhões em dinheiro em 2014.

De acordo com Kiko, a quantia teria sido repassada na sala de sua empresa cedida de graça para a campanha de Marco Antônio. No local, trabalhava uma funcionária da Corcovado identificada como Danielle. Ainda segundo o publicitário, ela relatou que recebia valores para honrar os compromisso de campanha do então candidato. Kiko disse não saber o total repassado desta forma.

Os R$ 7,7 milhões superam o valor declarado por Marco Antônio Cabral ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como gasto de sua campanha, que foi de R$ 6,8 milhões. A Corcovado Comunicação também não aparece como fornecedora da candidatura. Kiko trabalhou na campanha do filho do ex-governador e era o responsável por levantar os gastos.

Filho de Cabral é expulso de camarote na Sapucaí

No último sábado (4) e na terça-feira de Carnaval (28), Marco Antônio Cabral foi expulso duas vezes do mesmo camarote na Marquês de Sapucaí. O deputado federal estaria sem a pulseira que dá acesso, e insistiu com a segurança dizendo que entraria “de qualquer maneira”, junto com dois amigos. 

Foi impedido e arrumou uma confusão já quase 5h da manhã. “Não bota a mão em mim. Sabe quem sou eu?”, disse para um dos seguranças. Uma das recepcionistas teria respondido: “Sei. E você não tem condição moral de achar que manda alguma coisa aqui”.