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Delator da Lava Jato é alvo de operação sobre roubo de obras de arte

Doadora de obras ao Museu Imperial, Família Geyer é suspeita no inquérito

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Deflagrada nesta quarta-feira (18) pela Polícia Federal, no Rio de Janeiro, a Operação Antiquários teve como um dos alvos a casa da família Geyer, no Cosme Velho, notável pelas doações que fez no passado ao Museu Imperial, de Petrópolis. 

De acordo com a PF, houve em 1999 uma doação por escritura pública de um imóvel e de aproximadamente 4000 obras ao Museu Imperial. As investigações do inquérito apontam que, em 2014, parentes dos próprios doadores possam ter se aproveitado desta condição para subtrair diversos itens doados, antes da incorporação definitiva das peças ao acervo do Museu e, após o falecimento do último doador, que permanecia com a propriedade dos bens na condição de usufrutuário.

A PF informou que foram apreendidos um total de 21 itens, sendo 7 peças no Rio de Janeiro, 5 peças e 3 livros raros em Salvador e 6 peças em São Paulo.

De acordo com a revista Veja, um dos endereços onde os agentes encontraram peças roubadas é o do escritório do ex-presidente da Unipar Carbocloro Frank Geyer Abubakir, em São Paulo. No ano passado, Abubakir fechou acordo de delação premiada com a PF. Na ocasião, ele contou ter pago R$ 20 milhões em propina a Mario Negromonte e ao deputado José Janene, morto em 2010.

As peças furtadas faziam parte de uma coleção privada, de propriedade de Paulo Geyer. Os bens só passariam ao museu público após a morte de sua mulher, Maria Cecília, o que ocorreu em 2014. Logo após a morte de Maria Cecília, a PF informou que algumas peças foram furtadas antes de serem definitivamente incorporadas ao acervo do museu.

A chamada coleção Geyer fica na antiga casa do milionário, que tornou-se um museu chamado Casa Geyer, no Rio. A casa é vinculada ao Museu Imperial de Petrópolis, na região serrana fluminense.