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Cabral admite que Cavendish deu anel a sua mulher, mas diz não saber o valor

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Em nota divulgada nesta quinta-feira (20), o ex-governador do Rio Sérgio Cabral admitiu que durante jantar em um restaurante de Mônaco a sua mulher, Adriana Ancelmo, recebeu do dono da Delta, Fernando Cavendish, um anel de presente de aniversário. Contudo, Cabral disse não saber o valor da joia. 

De acordo com reportagem publicada nesta quinta-feira pelo O Globo, o anel teria custado € 220 mil (cerca de R$ 800 mil), e teria sido comprado por Cabral e Cavendish na famosa joalheria Van Cleef & Arpels, na Place du Casino, em Mônaco.

A reportagem, baseada na proposta de delação premiada de Cavendish, afirma que 2009, em uma viagem para Mônaco, Cabral teria presenteado Adriana Ancelmo com o um anel de € 220 mil (cerca de R$ 800 mil) pelo seu aniversário. O presente teria sido comprado por Sérgio Cabral, mas pago por Fernando Cavendish. 

O dono da Delta apresentou como prova uma foto de Cabral com Adriana, na qual o anel aparece na mão esquerda dela. A foto foi exibida para a força-tarefa da Lava-Jato no Rio e em Brasília para provar a compra. Segundo o jornal, ele também entregou a nota fiscal, o certificado de compra e o comprovante de pagamento com cartão de crédito do anel. Depois da amizade entre Cavendish e Cabral ter sido rompida, o anel foi devolvido ao empreiteiro por Paulo Fernando Magalhães Pinto, amigo do ex-governador.

A reportagem também fala de um vídeo divulgado em 2012, no qual o ex-governador Anthony Garotinho exibe Adriana com o anel no dedo. O grupo, de acordo com Cavendish, fazia um tour de dez dias pela França. A viagem foi confundida por Garotinho com outro tour do governador pela França, em setembro do mesmo ano, famosa pela sequência de fotos dos amigos empresários e secretários estaduais com guardanapos na cabeça.

O anel foi devolvido também no ano de 2012, quando Cabral rompeu com Cavendish após as revelações de que a Delta usava as empresas do bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para lavar dinheiro. Esta descoberta foi um desdobramento da Operação Monte Carlo da PF, deflagrada em Goiás para desarticular uma organização que explorava máquinas caça-níqueis, e levou à prisão o diretor da Delta Centro-Oeste, Claudio Abreu.

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PMDB e PSDB são citados em proposta de delação da Delta

Cavendish negocia um acordo de delação premiada no qual pretende detalhar supostos pagamentos de propinas a políticos do PMDB e do PSDB relacionados a obras nos governos de São Paulo, Rio e Goiás, de acordo com apuração do jornal O Estado de S. Paulo.

A delação envolveria também estatais federais como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Petrobras, diz a reportagem. O acordo de colaboração faz parte da Operação Saqueador, da qual o empresário foi alvo em junho deste ano.

De acordo com o jornal, são citados o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP); o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); e o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB).

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Veja a nota divulgada por Cabral:

"Sobre a matéria publicada hoje no O Globo, o ex-Governador Sérgio Cabral tem a esclarecer o seguinte: Em 18 de julho de 2009 foi realizado um jantar de aniversário da sua mulher Adriana em um restaurante em Mônaco. Nesse jantar, o empresário Fernando Cavendish e a sua então esposa Jordana deram um anel de presente à aniversariante. O valor do presente evidentemente não foi perguntado e era e continua sendo desconhecido.

Posteriormente, quando foram divulgadas as denúncias contra Cavendish envolvendo Carlos Cachoeira, o Estado acompanhou o Governo Federal na decretação da inidoneidade da Delta, motivo pelo qual o casal praticou o gesto de devolver o presente.

Quanto ao automóvel Ford Ranger, o ex-Governador utilizou algumas vezes um automóvel dessa marca de propriedade do seu amigo e então assessor Paulo Fernando Magalhães Pinto.”