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Internos têm acesso à alfabetização em unidades prisionais do estado

Detentos que estudam no sistema podem concluir o Ensino Médio

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As dezenove escolas e os três anexos existentes nas unidades prisionais da Secretaria de Administração Penitenciária recebem cada vez mais alunos. As unidades do Estado do Rio de Janeiro são vinculadas à Secretaria de Educação e contam com acervo bibliotecário e corpo docente. A proposta de ensino é a mesma oferecida aos estudantes da rede pública.

O conteúdo estimula novas perspectivas nos internos, que aprimoram o vocabulário, passam a desenvolver as quatro equações matemáticas e conhecem a história e a geografia do Brasil. Os que estudam motivam os colegas de cárcere a voltar aos bancos escolares e ter amor pelos livros.

Diretor da Divisão de Educação, Cultura e Esporte da Subsecretaria de Inserção Social, Geovani Barbosa de Lima disse que o ensino é bastante requisitado pelos internos. Segundo o diretor, o aluno pode chegar a completar o Ensino Médio e até mesmo fazer o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

"Ás vezes, o estudante pode acreditar que irá entrar no colégio e começar a ler e escrever rapidamente. No entanto, o processo é construtivo, mas gratificante. Existe muita emoção quando o interno inicia a escrita do próprio nome e a leitura de pequenos textos. A leitura e a escrita apresentam o interno à cidadania, uma oportunidade para o futuro", explicou o diretor da Divisão de Educação, Cultura e Esporte da Subsecretaria de Inserção Social.

Alunos fazem planos para o futuro

Cumprindo pena na Penitenciária Industrial Esmeraldino Bandeira, o interno Domingos Rodrigues Silva, de 42 anos, entrou no sistema penitenciário sem sequer saber assinar o próprio nome. Hoje, Domingos já é alfabetizado e faz planos para continuar a estudar.

"Enquanto estiver cumprindo pena, vou estudar. Quando sair da penitenciária, quero mostrar que sou outra pessoa, que posso viver em sociedade e recomeçar a vida" afirmou Domingos.

A interna Dayana de Oliveira Silva, que está na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no Complexo Penitenciário de Gericinó, está matriculada no 7º ano do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Maria Montessori.

"A dedicação dos professores é excepcional. Eles nos tratam com igualdade, sem questionar o motivo que me fez estar no cárcere hoje. Eles tentam nos aproximar ao máximo do que queremos ser lá fora, o que queremos ser no futuro", disse Dayana.