Matéria publicada nesta segunda-feira (15) pelo jornal norte-americano The New York Times conta que apesar da crise que o Brasil está enfrentando com a epidemia de zika, impeachment da presidente, economia fraca e escândalos políticos, o país parece estar temporariamente mais envolvido com os jogos olímpicos na hora de torcer e comemorar, como também no que diz respeito ás falhas e críticas quanto aos custos e reclamações de atletas e turistas assaltados, além da polêmica das acomodações dos atletas e obras inacabadas.
O NYT fala em seu texto que apesar das áreas mais pobres da cidade que abriga mais de 6 milhões de habitantes não estar participando dos jogos, ainda assim, pode-se ver pelas ruas trabalhadores torcendo por televisões em bares, vestindo verde e amarelo pelas ruas e sacudindo a bandeira, principalmente após a primeira medalha de ouro brasileira conquistada pela judoca Rafaela Silva e aumentou com a vitória da seleção brasileira de futebol masculino na quarta-feira (10). Parece que uma onda de esperança envolveu o povo que anda tão descrente de tudo.
"Todo mundo no meu bairro está emocionado, e as pessoas estão mais felizes", disse Fabio Costa dos Santos, 47 anos, desempregado, morador da Cidade de Deus, trabalhando temporariamente em um quiosque da Coca-Cola na Vila Olímpica.
O jornal norte-americano aponta que a mudança do sentimento nacional é impressionante. Em uma pesquisa feita em julho, quase dois terços dos brasileiros era contra sediar os Jogos, e apenas 16 por cento expressaram entusiasmo. A hostilidade era tão intensa que os manifestantes tentaram repetidamente impedir a passagem da tocha com pedras e baldes de água por todo o país.
A mudança no sentimento ocorreu durante a inspiradora noite de abertura no dia 5 de agosto, afirma o jornal de maior circulação nos EUA.
Em um momento de intensa polarização política, com os liberais e conservadores se engalfinhando para decidir o futuro da Dilma, os brasileiros dizem que os Jogos Olímpicos têm ajudado a aliviar as tensões, mesmo que temporariamente, acrescenta o New York Times.
A reportagem diz que apesar de faltar dinheiro na casa de grande maioria da classe média, o espírito olímpico tem levado muitas donas de casa a comprar com dificuldade ingressos para fazer parte da festa. De fato, o brasileiro está vivendo um momento singular que lhes permitiu esquecer a crescente inflação, o desemprego e os escândalos de corrupção.
O editorial do The New York Times lembra finaliza lembrando que as piores ressacas acontecem justamente após as melhores festa.