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Protestos contra Olimpíada e contra Temer chegam ao Maracanã

Manifestantes chegaram a ser impedidos de continuar trajeto pela cavalaria da PM

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Manifestantes protestaram contra o presidente interino Michel Temer e contra a realização dos Jogos Olímpicos nas proximidades do Maracanã, palco da cerimônia de abertura, nesta sexta-feira (5), às 20h. Os manifestantes seguiam pela Avenida Conde do Bonfim em direção à Praça Afonso Penna, na Tijuca, quando foram impedidos de continuar o trajeto pela cavalaria da Polícia Militar.

Os ativistas argumentaram com o comandante da operação, major Márcio Varella, que havia um acordo para que a passeata prosseguisse, mas o oficial informou que a ordem de bloqueio partiu de níveis superiores. O impasse durou cerca de 15 minutos e os manifestantes puderam prosseguir, sempre escoltados por policiais do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos.

>> Protesto contra os Jogos termina em confronto com a PM no Rio

Mais cedo, manifestantes realizaram um protesto contra o presidente interino Michel Temer pelo retorno da presidenta afastada Dilma Rousseff, na Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O ato acabou alterando o trajeto de revezamento da tocha olímpica na Praia de Copacabana, mas a passagem foi retomada, com atraso, para outros bairros da Zona Sul.

Guilherme Boulos, da coordenação do MTST, destacou na abertura do ato a necessidade de mostrar não só para o Brasil, mas também para o mundo todo que está de olho no Brasil com a Olimpíada, que há nosso Brasil um "governo ilegítimo", de um "presidente que não recebeu voto de ninguém" e que ainda "quer aplicar um programa de retrocessos". "Há um golpe institucional, um golpe parlamentar acontecendo no Brasil, e nós temos que quebrar a barreira da mídia brasileira, que não diz coisa nenhuma a esse respeito."

Boulos também apontou para as consequências da realização da Olimpíada no Rio. "O tão falado legado dos Jogos Olímpicos não foi e não é um legado para a maioria dos cariocas, o legado se chama despejo, remoção, militarização da cidade e aplicação de recursos públicos em questões que não são prioritárias", apontou, destacando ainda que, a poucos metros do Maracanã, que recebe a cerimônia de abertura do megaevento nesta sexta, fica a sucateada Uerj, onde trabalhadores terceirizados estão sem receber salário há vários meses."

O ativista também ressaltou que novos atos devem acontecer ao longo dos Jogos. "Não é ameaça de criminalização, não é ameaça vazia de um ministro interino e golpista da Justiça (para quem eu queria pedir uma vaia aqui), não nos calarão, seguiremos a luta, e os Jogos Olímpicos vão ser momento de denúncia do golpe do governo ilegítimo do ataque aos direitos sociais."

Uma das diversas faixas levantadas no ato dizia, em inglês e em português, "Nós queremos Temer fora e nossos direitos. Não queremos Olimpíada". Outra dizia, em português, "Fora, Temer! Nenhum direito a menos! Contra a calamidade olímpica!"

O ato, que ocorreu em frente ao Hotel Copacabana Palace, é organizado pelas frentes Povo Sem Medo, Brasil Popular e Esquerda Socialista, além da Plenária dos Trabalhadores em Luta do Rio e pelo CSP-Conlutas. De acordo com os organizadores, cerca de 30 mil pessoas estão presentes no protesto em Copacabana.

Outra manifestação, realizada no entorno do Maracanã, também alterou o caminho da chama olímpica. Parentes de policiais mortos caminharam em direção ao estádio, entregando flores a PMs que estavam no local. Viúvas fizeram oração e soltaram balões brancos manchados de tinta vermelha, com fotos de policiais mortos.