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Prefeito surpreende comerciantes com mais um feriado

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O comércio varejista do Rio de Janeiro, que já vem sofrendo com a difícil situação que o país atravessa, que afastou o consumidor das compras, foi surpreendido com a decisão do prefeito Eduardo Paes de decretar mais um feriado nesta quinta-feira (4), somando-se aos outros três dos dias 5, 18 e 22 de agosto, por conta dos Jogos Olímpicos.

Segundo Aldo Gonçalves, presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro – CDLRio, e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro – SindilojasRio, o comércio está apreensivo e será penalizado com mais este feriado, principalmente as lojas de rua que são as que mais sofrem, especialmente as do centro da cidade que fica completamente deserto.

“O comércio também torce e deseja que a Olimpíada do Rio seja um sucesso, trazendo benefícios para a cidade, para o estado e o País. Mas decretar de uma hora para outra mais um feriado em todo o município por causa da chegada da tocha ao Rio de Janeiro não é razoável. Embora o comércio vá funcionar, o consumidor não aparece”, diz Aldo.

Ele lembrou ainda que o excesso de feriados em 2016 (dez nacionais, três estaduais e agora seis municipais, contando com os da Olimpíada) dos quais 11 em dias úteis com possibilidade de prolongamento – o chamado “enforcamento” - o comércio varejista da Cidade do Rio de Janeiro pode perder até R$ 7 bilhões em receitas de vendas no ano. Cada dia parado representa uma perda média de cerca de R$ 380 milhões. A estimativa é do Centro de Estudos do Clube de Diretortes Lojistas do Rio de Janeiro, com base nos dados do IBGE e corrigida para 2016. 

Segundo o presidente do CDLRio, Aldo Gonçalves, os feriados e os seus possíveis prolongamentos vão penalizar os lojistas, principalmente as lojas de rua que são as que mais sofrem, especialmente o centro da cidade que fica completamente deserto. Com os chamados “enforcamentos” há a possibilidade do cidadão folgar treze dias, incluíndo os sábados, considerado pelo varejo o melhor dia de vendas da semana. 

“Não há dúvida que este excessivo número de dias parados prejudica o comércio. E não são apenas os empresários lojistas que perdem com isso. Perdem o governo que deixa de arrecadar impostos e os comerciários que deixam de vender. No caso dos comerciários, estimativa do Centro de Estudos do CDLRio mostra que eles podem perder até um salário no ano, um verdadeiro 14º jogado fora”, diz Aldo. 

Além disso o comércio ainda tem que lutar diuturnamente contra a informalidade, que cresce a olhos vistos e aumenta significativamente quando ocorrem eventos de grande porte na cidade como as Olimpíadas. A informalidade é o grande balcão de negócios utilizado pelo contrabando e pela pirataria, cujos danos vão além dos prejuízos tributário, econômico e financeiro. Contaminam a cadeia produtiva e criam profundas feridas sociais. 

“É preciso uma atuação firme das autoridades no sentido de combater a informalidade, por onde desfilam nos pequenos tabuleiros, que costumam inundar as grandes cidades, os frutos da pirataria e do contrabando, que não tem garantia e oferecem riscos à integridade física. É uma concorrência desleal, que prejudica o comércio formal, que emprega, paga impostos e aluguel”, conclui Aldo Gonçalves.