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Palácio Laranjeiras recebe especialistas para restauração de suas artes

Intervenção requer cuidados especiais na recuperação de pisos, paredes e teto

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A fachada cor de cimento, o piso externo do entorno em blocos, as salas pintadas em verde malva e a cor dos tecidos estampados na decoração das paredes dos quartos já marcam a nova aparência do Palácio Laranjeiras depois das obras de restauro, ainda em andamento, patrocinadas com recursos da Petrobras e outras empresas.A marca da nova imagem não se deve aos caprichos de um decorador, mas a uma numerosa equipe de técnicos, restauradores, engenheiros e arquitetos que tinham um objetivo maior: resgatar as características originais do palacete construído pelo empresário Eduardo Guinle, no início do século XX, para ser a residência de sua família. 

E como se trata de um imóvel histórico tombado, qualquer intervenção obedece a rígidos procedimentos para ter o projeto de restauro aprovado pelos órgãos que zelam pelo patrimônio público. A equipe precisou elaborar um documento com as descrições dos procedimentos de execução do projeto, os materiais usados, entre outras informações. O material foi submetido ao Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e aprovado por ambos, que seguem acompanhando a obra em todas as fases.

– O restauro sempre busca levar o bem às características mais próximas das originais. Por isso, os materiais precisam ser idênticos ou mais próximos possível da época. As técnicas de restauração buscam simular a forma como o trabalho foi executado inicialmente. O grande desafio é trabalhar um século para trás e outro para frente, usando técnicas de um século atrás para levar o palácio ao futuro, com tecnologias e para atender novas exigências construtivas – disse a diretora de Conservação e Restauro da Casa Civil, Simone Algebaile.

Acervo singular

Para isso, o grande desafio é contar com profissionais não somente especializados, mas também experientes em obras do gênero. No caso do Laranjeiras, além de obras civis, o restauro exige que os técnicos dominem procedimentos para lidar com trabalhos em boiserie (técnica francesa de revestimentos em madeira de paredes usada nos séculos XVII e XVIII), em marouflage (pintura em tecido), e marcheteria (ornamentos de superfícies planas em madeira).– Todas essas pessoas, além de formação específica, têm anos de experiência e domínio da execução. Isso é importante porque o acervo do Laranjeiras é singular, o prédio é muito luxuoso e as técnicas são muito refinadas – afirmou Simone.Com o fim das obras de restauro, o espaço será aberto à visitação pública. Além da Petrobras, outras 12 empresas custearam as obras do Palácio Laranjeiras: Ambev, Bradesco, Bradesco Seguros, Cedae, CSN Energia, Gás Natural Fenosa / CEG Rio, Eletrobras Furnas, Light, MRS Logística, Instituto CCR, EDF Norte Fluminense e Vale.