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Trabalhadores desempregados interrompem tráfego do VLT em protesto

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Um grupo de cerca de 50 trabalhadores do movimento SOS Emprego fizeram um ato na tarde desta quarta-feira (29), no Centro do Rio, em protesto contra o desemprego no Estado do Rio. Com faixas e cartazes, eles interromperam o trajeto do VLT no cruzamento entre a Avenida Presidente Vargas e a Avenida Rio Branco, criticando os escândalos de corrupção, os gastos com a Olimpíada e a falta de condições de trabalho no Rio.

Os manifestantes se mobilizam para realizar um dia de paralisação geral no Estado do Rio, no dia 6 de julho, com greve e protestos nas mais variadas categorias, "para mostrar a insatisfação e a revolta do povo." Nesta quinta-feira (30) será realizada uma assembleia geral para alinhar os rumos do movimento.

"Estamos aqui interrompendo o trajeto do VLT para protestar contra esta obra superfaturada, que de nada adianta para a população. Estão gastando milhões em obras desnecessárias, em Olimpíada, enquanto o trabalhador está desempregado", reclamou o soldador Alexandre Lopes, que fazia parte do protesto.

Enquanto os manifestantes se revezavam ao microfone, anunciando suas reivindicações, funcionários que organizam o tráfego nas imediações avisavam aos passageiros que aguardavam o VLT de que não havia prazo para a circulação do trem voltar ao normal.

O soldador Alexandre Lopes conta que SOS Emprego nasceu de um grupo de trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que se unificou numa luta pelos direitos dos trabalhadores que foram demitidos e não receberam seus benefícios previstos na lei. "Houve um desemprego em massa dessa classe por conta do fechamento de diversas obras, como a da Usina de Angra e os estaleiros, que eram fundamentais para a economia do estado", afirmou. 

Panfleto distribuído aos pedestres destacava: "O dinheiro do Estado está servindo para enriquecer grandes empresários e banqueiros, enquanto o trabalhador está sendo tratado como um lixo."

Os ativistas alertavam que "todos os dias aparecem escândalos envolvendo políticos e empresários, com o país sendo saqueado por verdadeiros bandidos nas diversas esferas do poder." Eles destacavam o elevado índice de desemprego causado pelos escândalos de corrupção. "Muitas famílias estão sem ter o que comer, sem trabalho e sem esperança de mudanças no rumo da economia. Ninguém tem mais garantia de que no futuro próximo o salário seja pago."

O grupo tem o objetivo de unificar a luta de professores, estudantes, trabalhadores da área de saúde, metalúrgicos de estaleiros, rodoviários, servidores, petroleiros, policiais, bombeiros, entre outras categorias que enfrentam o desemprego e a crise no Rio.

Entre a pauta de reivindicações do SOS Emprego estão uma reunião em caráter de emergência para discutir o desemprego no Rio de Janeiro, com representantes dos governos federal, estadual e prefeituras; retomada das obras para a construção de navios, plataformas, refinarias; pagamento de todas as indenizações trabalhistas; criação de uma lei federal que garanta a equiparação salarial em nível nacional entre trabalhadores de obras; criação de uma lei estadual que garanta o contingente de 70% da mão de obra para trabalhadores do Rio de Janeiro;  comprometimento dos governos estadual e prefeituras para pressionar o governo federal buscando a retomada das obras; fim do "conluio" entre sindicatos, prefeituras e empresários que restringe a contratação de trabalhadores; e a redução de horas de trabalho sem a redução salarial, para aumentar o número de vagas aos desempregados.