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Ciclovia da morte: "Resta torcer para que novos acidentes gravíssimos não voltem a acontecer"

Jornalista alerta: "o passado nos condena"

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O jornalista André Trigueiro publicou um contundente texto em sua página no Facebook no qual destaca o desabamento da ciclovia na Avenida Niemeyer:  "O incidente criminoso não merece ser considerado um fato isolado."

O jornalista lembra do Estádio Olímpico João Havelange, mais conhecido como Engenhão, "interditado menos de seis anos após a inauguração por gravíssimos problemas estruturais em sua cobertura."

Ele cita ainda outras obras recentes, e destaca que "tão grave quanto o número de obras mal feitas no município, com erros de projeto e de execução, é a impunidade que prevalece sobre todos esses casos de desperdício de dinheiro público com riscos reais e mensuráveis sobre a vida das pessoas."

Veja o texto:

Sobre o desabamento de parte da ciclovia da Avenida Niemeyer (com duas vítimas fatais) inaugurada há apenas 3 meses no Rio de Janeiro, importa lembrar que este incidente criminoso não merece ser considerado um fato isolado.

Deu-se o mesmo no Estádio Olímpico João Havelange, mais conhecido como Engenhão, interditado menos de seis anos após a inauguração por gravíssimos problemas estruturais em sua cobertura.

Também a Vila do Pan, construída para abrigar os atletas dos Jogos Pan-Americanos de 2007, e que depois teve os apartamentos vendidos para milhares de novos proprietários, sofreu com a interdição de várias áreas comuns do condomínio por erros absurdos de projeto, principalmente afundamento do solo. Crateras gigantes apareceram onde os construtores deixaram de realizar os procedimentos corretos de rebaixamento de solo em um terreno pantanoso.

A Cidade da Música, construída às pressas para abrigar a mais moderna sala de concertos do Estado, teve o resultado final criticado pelo próprio arquiteto responsável, com denúncias de superfaturamento e falhas de execução. Virou caso de polícia.

Mais recentemente, vários trechos do BRT e das ciclovias da cidade também registraram problemas de acabamento, com as pistas esfarelando semanas depois de inauguradas.

A lista é grande. Tão grave quanto o número de obras mal feitas no município, com erros de projeto e de execução, é a impunidade que prevalece sobre todos esses casos de desperdício de dinheiro público com riscos reais e mensuráveis sobre a vida das pessoas.

Considerando que o Rio se tornou um gigantesco canteiro de obras por conta das Olimpíadas, resta torcer para que novos acidentes gravíssimos como esses não voltem a acontecer. O problema é que o passado nos condena.