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Profissionais formados pela Faetec utilizam reciclagem parafazer Carnaval

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A indústria do Carnaval gera novas possibilidades de renda e empregos, movimenta a economia local e propõe novas formas de se pensar a sustentabilidade. Quem aprecia o brilho e os encantos desta festa popular, nem sempre está atento ao que acontece nos bastidores desta fábrica de sonhos.

As matérias primas descartadas de outros tempos, como adereços, retalhos e fantasias, são os principais ingredientes para a composição de novas peças que ainda passarão pela avenida. Reciclagem é a palavra de ordem dentro dos barracões das principais escolas de samba mirins do Rio e muitos deles estão ocupados por profissionais formados nas Escolas de Artes Técnicas da Faetec.

O ex-aluno do curso de Aderecista, Thiago Vieira, de 30 anos, conquistou a vaga para trabalhar no barracão da Escola de Samba Pimpolhos da Grande Rio graças ao conteúdo prático que recebeu na unidade da Faetec especializada em Carnaval, localizada na Mangueira.

"Na escola aprendemos desde sempre a importância de reaproveitar cada elemento que pode fazer a diferença na apresentação de uma nova peça. Guardamos separadamente tudo o que vamos, ou um dia, poderemos utilizar na confecção. Essa consciência nos prepara para dominarmos as verdadeiras necessidades e exigências do mercado de trabalho", explica Thiago.

Dona Nathalia Carreiro, de 74 anos, é outro exemplo de que sempre há tempo para aprender sobre a importância do trabalho coletivo e a sustentabilidade. Após se formar no curso de Modelagem da Faetec a, ela mostra no barracão da Escola de Samba da Mangueira do Amanhã tudo o que aprendeu em sala de aula.

"Não adianta pensar que você vai chegar lá no trabalho e encontrar tudo disponível. A criatividade e a inteligência de saber transformar o que parece descartável, em algo útil é o que cria sensações nas pessoas, e nos moldam em nossa arte. Temos que pensar no conjunto. Mesmo sem saber muito, quando percebemos, o que parecia um trabalho individual compõe um todo que faz a magia do Carnaval acontecer", diz a ex-aluna.

Para o presidente da Escola de Samba da Mangueira do Amanhã, Soca Silva, pensar em reaproveitamento de materiais já faz parte da rotina de trabalho do barracão mirim que reutiliza e armazena peças antigas que se transformam em diferentes obras de arte.

"Nos temos a obrigação de ensinar as próximas gerações sobre a importância da reciclagem. Do jeito que o mundo anda, tudo tem que ser reciclado. Já trabalhamos com essa ideia faz muito tempo e por consequência fazemos uma festa criativa, consciente e muito econômica", diz o presidente.

De acordo com o presidente da Faetec, Wagner Victer, o estímulo ao desenvolvimento de profissionais qualificados para trabalhar no Carnaval é fruto de um trabalho de equipe que começa nas unidades especializadas da Fundação.

"O Carnaval é uma das festividades mais importantes do país, não só em relação ao turismo e economia, mas também pela forte geração de emprego, como acontece com os nossos alunos. Eles se destacam por saírem das escolas preparados com o que existe de mais atual para atuação no mercado", ressalta Victer.