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Eduardo Paes: Impeachment é autofagia política e tentativa de golpe

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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira (4) em entrevista coletiva na Conferência do Clima da ONU (COP-21), em Paris. Na sua avaliação, o pedido de impeachment é "uma autofagia política" que está destruindo o Brasil. 

"Esse processo todo é insano, uma autofagia política. Não consigo compreender", afirmou. "Está na hora de ter o mínimo de racionalidade. Estão destruindo o Brasil", completou Paes, que também classificou a iniciativa como uma tentativa de golpe.

"O PMDB deve ser contra essa tentativa de golpe. O processo previsto na Constituição é de impedimento em razão de um crime de responsabilidade", atestou. Para ele, as barganhas só diminuem a política brasileira. De acordo com Paes, outros prefeitos presentes na reunião em Paris o questionaram sobre a situação do país, o que deixa claro a impressão que o país tem levado ao exterior.

"As pessoas perguntam por que há um impeachment contra a presidente. (...) É porque o presidente da Câmara não teve dois votos do partido da presidente a favor dele em um confusão em que ele se meteu", disse o prefeito. As críticas de Paes têm grande peso, uma vez que ele e Eduardo Cunha, presidente da casa, pertencem ao mesmo partido político.

O peemedebista ainda reforçou a inconstitucionalidade do pedido de impeachment. "Não estamos lidando com crime de responsabilidade da presidente Dilma. Se fosse o caso, poderíamos debater", argumentou. "A presidente deve ter outros defeitos, mas certamente não o de cometer crime de responsabilidade", concluiu.

"O show de irresponsabilidade de 2015 já deu"

Embora não tenha defendido a saída imediata de Cunha da presidência da Câmara, Paes disse esperar agilidade no processo de impeachment. "Tem de ser ontem. Quem quiser adiar essa discussão vai jogar contra a população brasileira e a economia do Brasil. Até nisso precisa haver limite na oposição", enfatizou.

Para o prefeito, a crise política deixa o país em uma posição de fragilidade institucional e economicamente. "O investidor está olhando para o Brasil com essa instabilidade, quase insanidade política. Vejo isso com muita tristeza", lamentou.

"Chega. Sabe aquela história que já deu? O show de irresponsabilidade de 2015 já deu. Basta. Vamos tocar a vida, a gente tem um país para tocar", disse Paes.