O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), reconheceu as dificuldades econômicas enfrentadas pelo país e pelo estado, e afirmou que prevê um déficit orçamentário de aproximadamente R$ 11 bilhões para 2016. De acordo com Pezão, que tem até o dia 30 deste mês para apresentar o orçamento, as drásticas quedas do barril de petróleo contribuíram para o agravamento da crise. Embora vislumbre uma situação complexa, o governador diz que ainda irá trabalhar para evitar o déficit e não descarta a possibilidade de venda da dívida ativa do estado como alternativa.
"Estamos colocando todas as esperanças na mesa de que vamos reduzir esse déficit. Uma das alternativas que vejo como prioridade é a venda da dívida ativa. Mas sabemos que a situação é muito difícil. Se o preço do barril do petróleo não aumentar, vai ser muito difícil. Estamos nos esforçando muito", disse o governador.
Na visão do peemedebista, não existem perspectivas positivas em relação ao preço do barril. Para Pezão, com a desvalorização da commoditie, o Rio de Janeiro foi o estado brasileiro que mais perdeu receitas. A redução dos royalties e os escândalos de corrupção revelados pela Lava Jato agravaram o cenário.
No Rio acontecem 80% das operações da Petrobras. A recente paralisação de empreendimentos como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), por exemplo, afetaram as receitas do estado. "Começamos o ano com um déficit de R$13,5 bilhões. Em oito meses de muito trabalho e negociação, conseguimos reduzir o déficit para R$2,5 bilhões. Continuo trabalhando para reduzir ainda mais nesses próximos quatro meses", explicou.
De acordo com Pezão, a previsão de déficit para o ano que vem varia entre R$ 11 e R$ 12 bilhões, acrescidos de aproximadamente R$ 1,5 bilhão de 2015. Nunca um governante encaminhou um orçamento com previsão negativa para a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).
Na tarde desta quarta-feira (2), o governador se reúne no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, com outros membros do PMDB para discutir a crise financeira. Amanhã (3), representantes do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas do Estado, da Alerj e do Ministério Público também se encontram para buscar a melhor alternativa para o orçamento do estado.