ASSINE
search button

Com muito sol e calor, manifestantes caminharam pela orla do Rio

Compartilhar

A Polícia Militar não divulgou o número de manifestantes na Zona Sul do Rio neste domingo, mas os organizadores informaram que foram 5 mil pessoas. A concentração começou por volta das 10h, na altura do Posto 5, em Copacabana. Os manifestantes, a maioria com roupas verde e amarelas, começaram a caminhar em direção ao Leme, por volta das 10h40. Pouco tempo depois, começou a ser cantado o Hino Nacional. Apesar de ser inverno, os termômetros chegaram a 31 graus na orla.

Por isso, as praias da Zona Sul ficaram lotadas de banhistas, que preferiram aproveitar a folga na areia a enfrentar o forte calor na Avenida Atlântica.

Vendo essas imagens, pode-se dizer: "Como faz falta uma praia em São Paulo". Os paulistanos, por falta de opção, acabaram na Avenida Paulista participando da manifestação deste domingo.

>> Manifestantes ocupam Avenida Paulista, no centro de SP

Seis carros de som deram apoio à manifestação na Zona Sul do Rio. Em alguns dos carros havia faixas contra o governo da presidente Dilma Rousseff e de apoio ao juiz Sérgio Moro. "Viva o juiz Sérgio Mouro", dizia uma delas.

O protesto teve uma confusão por volta das 12h. Um homem com roupa de gari foi hostilizado pelos manifestantes. Na altura do hotel Othon, um grupo de manifestantes cercou o homem acusando-o de ser petista. Sob gritos de “ladrão” e “petista”, ele foi levado por quatro PMs até um carro da corporação. Ao entrar no veículo, ele afirmou chamar-se Paulo Rodrigo Pereira e ser aposentado. Segundo uma policial que acompanhou o aposentado, ele aparentava estar alcoolizado. Outro PM que participou da ação informou que o homem estava sendo conduzido pela polícia para que tivesse sua segurança garantida.

Alguns manifestantes foram a Copacabana com outras bandeiras além do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Dez pessoas empunhavam uma bandeira do Brasil do período imperial. "Defendemos a monarquia parlamentarista, as melhores democracias do mundo têm esse regime", afirmou Alan Freitas, do Grupo Cavaleiros de Petrópolis.

Já um carro de som do Movimento Acorda Brasil e do 1º Agrupamento do Comando de Resistência Democrática do Brasil puxava cerca de 50 pessoas com 15 faixas pedindo intervenção militar. 

Enquanto em um carro de som as palavras de ordem hostilizavam alguns meios de comunicação, em outro era feita a defesa da liberdade de imprensa. No meio da multidão, um cidadão gritou: "Viva a democracia, Lula 2016" e, sob vaias e xingamentos, precisou ser escoltado por policiais militares.

Algumas janelas dos prédios em frente à praia penduraram bandeiras do Brasil em apoio à manifestação.

Um  dos manifestantes, o geofísico da Petrobras Jander Moraes, disse que não basta a saída do PT do governo, mas também dos seus aliados acusados de corrupção. "Eles vêm aparelhando o Estado desde que ganharam as eleições. Vimos que o mensalão desdobrou no petrolão e isso está corroendo nossas instituições". Moraes defendeu a atuação independente do Judiciário e da Polícia Federal.

Já a professora Maria Regina Souza, que é petista, foi ao calçadão de vermelho, em protesto à manifestação. "Uma palhaçada pedir impeachment, como se isso fosse resolver os problemas do país", declarou. "Enquanto não mudar a forma como são financiadas as campanhas, a corrupção vai continuar".

Uma equipe de reportagem da Globo chegou a se retirar do local sob protestos. Jornalistas entrevistavam manifestantes que se diziam a favor da intervenção militar no Brasil, mas foram impedidos por outros e tiveram que sair sob escolta da Polícia Militar. 

Os manifestantes aproveitavam para criticar políticas adotadas pelo governo e o próprio PT. "Enquanto o povo está protestando, quem recebe bolsa família está na praia", disse uma senhora, não identificada. 

Havia ainda no local vários vendedores oferecendo produtos customizados como camisas com frases contra o governo e também estampadas com o rosto do juiz Sérgio Moro, que comanda o julgamento dos acusados pela Operação Lava Jato.