ASSINE
search button

Médicas cubanas elaboram projetos para contribuir com serviços de saúde de Itaboraí

Compartilhar

Cerca de 40 profissionais de saúde, entre coordenadores, técnicos, enfermeiros e médicos de Itaboraí, assistiram, nesta semana, ao seminário de apresentação dos projetos de intervenção na área de saúde. Eles foram elaborados por seis médicas cubanas ligadas ao Programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde, e que há cerca de dois anos vêm atuando nas unidades do município. 

Os trabalhos foram preparados durante o período em que elas participaram do curso de especialização da Universidade Aberta do SUS, em parceria com Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os trabalhos visam à melhoria dos atendimentos e a troca de experiências entre os profissionais.

Entre os temas propostos estão as intervenções educativas em pacientes com diabetes, levantamento de dados sobre os hábitos e estilos de vida de obesos, a mensuração do nível de conhecimento dos pacientes sobre hipertensão arterial, a identificação dos fatores de risco associados à alta prevalência de diabetes e a realização de atividades nas escolas que minimizem a gravidez precoce em adolescentes. 

Para o médico Sérgio Coelho, coordenador acadêmico do Programa Mais Médicos em Itaboraí, a apresentação é importante para que a gestão tome conhecimento das atividades desenvolvidas por cada profissional."Tenho a certeza de que o trabalho qualifica a pessoa. Mas, ele fica ainda mais preciso quando vem acompanhado da especialização. É por isso, que todos os profissionais ligados ao Programa, obrigatoriamente passam por esse curso que dura cerca de um ano. Aqui em Itaboraí, ele começou em 2013. Primeiro vieram os médicos brasileiros, depois abrimos espaço para os médicos estrangeiros. A função do Mais Médicos é dar estabilidade ao município", afirmou o coordenador. 

O curso de especialização em Atenção Básica, Atividades de Pesquisa, Ensino e Extensão foi realizado em um ambiente de aprendizagem online com atividades presenciais na UFRJ. As propostas de intervenção foi um dos requisitos obrigatórios para que as cubanas recebessem o certificado de conclusão. A partir do debate e análise desses trabalhos o município pode  implantar ou modificar o projeto.

"A chegada do Mais Médicos impactou de forma positiva a nossa rede. Somente quem está no dia a dia sabe o que isso representa para a população. É uma satisfação para nós tomarmos conhecimento das práticas e conhecimento realizados por esse profissionais", ressaltou Rosângela Gomes, coordenadora municipal do Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NEPS).

Projetos 

A médica cubana Glendys Maria Ruiz, lotada na Unidade de Saúde do bairro Joaquim de Oliveira, enfatiza a satisfação por trabalhar na região. E é justamente por conhecer a realidade da comunidade que sugeriu um projeto de intervenção que diminua o índice de adolescentes grávidas. "Esse é um problema recorrente na minha área de atuação. Precisamos desenvolver uma atividade educativa que trabalhe melhor esse tema nas escolas de nível médio. É nesse local onde está localizado o nosso público. Sugiro também, medir o nível de conhecimento desses jovens sobre o assunto", propôs a médica.

Assim como ela, a médica Mariugis Ayala, que atende os pacientes na comunidade de Quissamã, também sugeriu em seu trabalho a possibilidade de desenvolver outro levantamento sobre o nível de conhecimento das pessoas em relação à hipertensão. Segundo ela, a população ainda sabe muito pouco sobre essa doença que age de forma silenciosa."A falta de conhecimento é uma das principais causas de mortalidade no mundo. Somado a ela, o sedentarismo e os exageros em açúcar, sal e cafeína são alguns dos fatores que agravam o problema", disse Mariugis.