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Servidores da educação federal fazem manifestação no Centro do Rio

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Professores, alunos e servidores da educação federal no Rio de Janeiro fazem um ato na tarde desta quinta-feira (30/7), na Candelária, no Centro, contra os cortes de verbas. Quarenta e uma instituições de ensino superior do país já aderiram à greve, entre elas a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cujos profissionais estão paralisados há mais de um mês e esta semana também suspendeu as atividades administrativas e acadêmicas.

>> Educação: greve na UFRJ, que dura dois meses, não tem previsão de término

Em uma reunião realizada nesta quarta-feira (29), com os membros do Conselho de Graduação dos Professores, foram debatidas questões internas, mais especificamente sobre os cursos criados nos últimos sete anos com a expansão universitária. A discussão do calendário letivo foi adiada para o próximo encontro, agendado para o dia cinco de agosto. Nesta sexta (31), deve acontecer uma assembleia geral dos professores onde será decidido o rumo da greve.

Segundo os professores grevistas da UFRJ, o movimento terá continuidade enquanto continuarem o arrocho e as políticas de contingenciamento para a universidade, que deve ter uma dívida de R$ 325 milhões até o final de 2015, de acordo com os professores. A Universidade Federal de Juiz de Fora também paralisou as atividades por falta de dinheiro.

Um dos idealizadores da manifestação, o estudante Luis Faria, da UNIRIO, lamentou o fato de que, durante a campanha presidencial, Dilma Rousseff tenha afirmado que a educação seria prioridade em seu segundo mandato.

"O que é mais triste, é que a presidente Dilma Rousseff durante a campanha e até mesmo no início de seu segundo mandato, tenha afirmado que a educação seria prioridade para o Governo Federal, inclusive utilizava o lema 'Brasil, Pátria Educadora'. Porém a realidade é bem diferente da propaganda, o governo cortou R$9,4 bilhões do setor, além de ter reduzido drasticamente os investimentos em políticas sociais", lamentou o estudantes. 

O presidente do Sindicato dos docentes da UFRJ, Cláudio Ribeiro, conta que são várias as precariedades na instituições, como contêineres no lugar de salas de aulas, construções inacabadas e falta de material. Com este cenário, Ribeiro considera que não há condições de continuar a operar. Pelos dados do sindicato, desde o início de 2015, a pasta de Educação já sofreu um contingenciamento de R$ 9,4 bilhões, sendo um dos setores que mais teve perdas no orçamento previsto para este ano. 

O comando de greve reivindica a defesa do caráter público da universidade, condições de trabalho, garantia de autonomia, reestruturação da carreira, valorização salarial de ativos e de aposentados. 

Reivindicações dos servidores

O governo federal fez a proposta de 21,3% de reajuste parcelado em quatro anos (5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019), no entanto, a categoria entende que esta negociação coloca o salário dos professores em um patamar abaixo da inflação e ainda desvaloriza a profissão. Os servidores querem um reajuste de 27,3% para 2016O último reajuste foi acertado depois da greve de 2012 e manteve o poder de compra diante do aumento inflacionário. O Comando Local de Greve da UFRJ esteve reunido com o reitor da entidade, Roberto Leher, no começo desta semana, e foi levantado os números dos cortes. 

Um relatório foi elaborado com informações sobre o tamanho da crise. A redução de 47% dos recursos de investimento e 10% de custeio ameaça a continuidade das atividades, segundo os profissionais. O contingenciamento, lembraram os professores, já aconteceu nos últimos anos, mas se intensificou em 2014, tornando a UFRJ uma instituição devedora. Além das dívidas acumuladas, a mudança nas tarifas de energia também afetou o orçamento de 2015.