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Após fechamento, funcionários do Estaleiro Mauá fazem protesto no Rio

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Uma manifestação organizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí (Stimmerj), Região Metropolina do Rio de Janeiro, mobilizou cerca de mil funcionários do Estaleiro Eisa - Petro Um, o antigo Estaleiro Mauá, por volta das 12 horas desta sexta-feira (3/6), em frente ao prédio da  Petrobras Transporte S.A. (Transpetro), no Centro do Rio. A categoria reivindica a recontratação de dois mil empregados que foram dispensados na última semana e o pagamento do salário atrasado e rescisão contratual. O estaleiro fechou as portas nesta quinta (2), temporariamente, e a medida pegou de surpresa os funcinários.

A indústria naval passa por uma crise financeira provocada pelas medidas de adequação da Petrobras à nova realidade financeira surgida a partir da Operação Lavo Jato, deflagrada pela Polícia Federal, que levou à prisão, diversos ex-dirigentes da estatal e também algumas das principais empreiteiras do país. O ato dos funcionários do estaleiro teve início em Niterói. Os manifestantes fizeram a travessia para o Rio usando as barcas e continuaram o movimento da Praça XV até as esquinas das Avenidas Presidente Vargas com Rio Branco, onde fica o prédio da Transpetro. 

>> Crise financeira leva Estaleiro Mauá a fechar as portas em Niterói

Um dos diretores do Stimmerj, Jorge Luiz, afirma que a motivação do protesto é por um ato de "improbidade administrativa" praticada pelo estaleiro, que não pagou aos funcinários dispensados o salário do mês e a verba rescisória. "Tentamos conversar com o patrão sobre a demissão em massa da semana passada, mais de dois mil companheiros. Mas não fomos recebidos. Então, estamos fazendo este ato e transferindo a responsabilidade para a Transpetro. Vamos ficar aqui na porta [da Transpetro] até conseguir uma reunião", disse o sindicalista.

Segundo Jorge Luiz, o mercado naval já vem passando por um sucateamento nos últimos anos, apesar do empenho do governo federal para implementar a atividade no país. "No início do governo Lula, os contratos da Petrobras foram direcionados para esta grande logomarca, que é o mercado naval brasileiro. Infelizmente, estamos sendo sucateados em todos os sentidos, na razão trabalhista, na razão laboral, na nossa parte financeira, os direitos que conquistamos para nossa hegemonia, tudo está sendo retirado aos poucos", destaca ele. 

Há dois anos, segundo Jorge Luiz, teve início este processo de dispensa dos trabalhadores e a classe teme por novas dispensas. Atualmente, o mercado naval tem 35 mil funcionários ativos, pelos dados do sindicato.

O Estaleiro Eisa Petro Um é a razão social do antigo Estaleiro Mauá, que pertence ao grupo de holding do industrial naturalizado brasileiro Germán Efromovich, que também preside a empresa aérea Avianca. Além de explorar petróleo no Brasil, no Equador e na Colômbia, Efromovich já atuou na montagem de infraestruturas para o setor de telefonia em Miami e na extração de gás natural no Texas.