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Médium do Lar de Frei Luiz é encontrado morto e amordaçado

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O medium Gilberto Arruda, de 73 anos, responsável pelo Centro Espírita Frei Luiz, no bairro da Boiuna, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, foi encontrado morto nesta sexta-feira (19/6). Segundo membros da casa, o corpo de Gilberto estava em uma cama localizada em uma das salas de tratamento, com sinais de espancamento e amordaçado. 

Gilberto era um dos mais respeitados médiuns da tradicional casa espírita, responsável por cirurgias espirituais de pacientes em estado grave. Agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) chegaram ao local por volta das 9h.

De acordo com informações da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), a morte de Gilberto Arruda está sendo investigada. A perícia de local foi realizada e testemunhas e familiares serão ouvidos. Os agentes realizam diligências para localizar provas que possam auxiliar na identificação da autoria do crime.

O presidente do Centro, Wilson Vasconcellos, divulgou nota lamentando o assassinato de Gilberto Arruda: "Médium desde os seis anos de idade no Lar de Frei Luiz, dedicou-se durante toda sua vida aos necessitados e sofredores com sua mediunidade de cura. É com saudade na alma que nos despedimos de Gilberto. Sabemos que nesses tempos modernos tudo pode ser imaginado e especulado, sem qualquer elemento concreto. Os fatos sobre a desencarnação do médium Gilberto estão sendo apurados pelas autoridades competentes, e somente após a conclusão das investigações, poderemos saber de fato o que ocorreu".

A morte de Gilberto acontece no mesmo dia em que a Arquidiocese do Rio recebeu mais cedo a menina de 11 anos que foi atingida no último domingo (14) por uma pedrada na cabeça, por intolerância religiosa. Ela foi recepcionada por Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, e chegou a acompanhada da avó Kátia Marinho e do babalaô Ivanir dos Santos, representante da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa.

>> Cardeal critica agressão a menina adepta do candomblé por intolerância religiosa

Na manhã desta quinta (18), o templo Casa do Mago, no Humaitá, Zona Sul da cidade, foi depredado pelo mesmo motivo: um crime por intolerância religiosa. O responsável pela casa espírita, Ubirajara Pinheiro, contou para a polícia que três homens com bíblias nas mãos foram os autores do crime. Eles teriam tentado destruir uma estrela, a imagem de Nossa Senhora da Aparecida e budas. As imagens das câmeras de segurança da casa não conseguiram captar os atos. 

"Tenho certeza que eram evangélicos, volta e meia eles estão aqui. Esses ataques religiosos já aconteceram outras vezes. Às segundas-feiras oferecemos consultas gratuitas e estas pessoas ficam lá fora tentando converter quem está na fila esperando para ser atendido", contou o Ubirajara.