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Estudantes e professores da Uerj protestam em frente ao Palácio Guanabara

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Um grupo formado por estudantes, professores e funcionários da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) realizou um protesto, na tarde de hoje (21), em frente ao Palácio Guanabara, sede administrativa do governo do Rio. Os manifestantes bloquearam por cerca de duas horas a Avenida Pinheiro Machado, em frente ao prédio, via de acesso entre a região central e a zona sul.

Eles reivindicam mais verbas para a universidade, reajuste nos salários de professores e funcionários, regularização no pagamento dos trabalhadores terceirizados de segurança e limpeza e também para pagamento das bolsas de R$ 400 dos alunos cotista, que representam 50% dos estudantes. Por causa do protesto, o palácio foi cercado por grades de proteção e grande efetivo de policial militares.

“Queremos a continuidade das verbas para a universidade. Precisamos do orçamento integral. Cada unidade recebe, no primeiro semestre, quatro parcelas para custeio. Mas neste semestre, recebemos só duas. O orçamento foi cortado pela metade pelo governo do estado. Também queremos reajuste salarial, pois estamos há 12 anos sem reajuste, além da incorporação de nossa dedicação exclusiva na aposentadoria”, explicou a professora Cleier Marconsin, da Faculdade de Serviço Social.

Enquanto os manifestantes ocupavam a avenida, um grupo de professores e estudantes foi recebido pelo governo. Na avaliação da professora Juliana Fiuza, a reunião representou um avanço, pois jamais representantes do governo haviam se disposto a dialogar diretamente com a categoria.

“Já foi uma vitória. Em 2012, fizemos greve e não fomos recebidos em nenhum momento pelo governo. Há muito tempo eles não abriam suas portas para negociar diretamente conosco. É possível avançar na incorporação da dedicação exclusiva na aposentadoria. Mas ainda é insuficiente, na medida que não temos reajuste do vencimento básico há 12 anos. O governo prometeu regularizar repasses de vebas até julho”, relatou Juliana.

A representante dos estudantes Natalia Trindade, diretora de relações institucionais do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Uerj, avaliou que a reunião foi preliminar e representou um início nas negociações.

“Foi um primeiro passo. Tivemos compromisso de que vamos montar uma audiência pública na Uerj. As bolsas [para os estudantes] não estão atrasadas, mas existe uma falta de regularidade, pois os estudantes precisam saber quando vão receber, afinal a maioria utiliza isso para sobreviver”, disse Natalia.

O governo do estado respondeu, em nota, que realizou uma adequação orçamentária, por conta do cenário econômico nacional, e houve cortes em todos os setores. “A Uerj tem seu orçamento executado pelo governo. Mais de 90% dos repasses já foram feitos. No caso dos terceirizados, a Uerj estava com 10 dias de atraso, mas a empresa estava com 3 meses de salários atrasados, pois trabalhava em regime de caixa único e estava com problemas de repasses de outros clientes que não a UERJ.”

De acordo com o governo, o pagamento aos terceirizados já está em dia. “Sobre as bolsas para professores, pesquisadores, tutores e alunos, dois meses de atraso foram quitados esta semana. A partir deste mês, o salário será pago em dia. O mês que falta será pago junto com a bolsa de junho, que é depositada no início de julho”.