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Rio: TCE descobre fraude de R$ 7,9 milhões no Hospital da Polícia Militar

Foram gastos R$ 4,2 milhões com 71 mil litros de ácido. Em um ano, só 310 litros são usados

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O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) determinou nesta sexta-feira (8/5) que os policiais militares envolvidos no desvio de verbas através de compras superfaturadas para o Hospital da Polícia Militar do Estado devolvam cerca de R$ 7,9 milhões aos cofres públicos. As fraudes foram descobertas em uma auditoria realizada pelo TCE-RJ, como falsificação de documentos, compras de produtos em quantidades muito acima das necessárias e pagamentos indevidos por produtos não entregues. 

As irregularidades foram constatadas em sete contratos para fornecimento de materiais para o hospitais da corporação. Dezenove PMs, entre eles cinco coronéis, além de quatro empresas privadas, são citados no relatório do TCE, que exige a devolução do valor desviado: R$ 7,9 milhões. As empresas são: Medical West, Vide Bula, Feruma e Gama Med. O documento aponta que, apenas com a compra de ácido peracético, usado para esterilizar instrumental cirúrgico, foram gastos mais de R$ 4,2 milhões, destinados à 71.500 litros do produto. Em 2014, o Hospital da PM utilizou durante o ano somente 310 litros. Ainda de acordo com o relatório, esta compra foi feita com documentos falsificados de uma major com nome fictício, com o RG de um ex-cabo PM excluído da corporação. 

As compras auditadas foram realizadas sem licitação. Segundo o presidente do TCE do Rio, Jonas Lopes, a auditoria vai ser estendida para todas as compras da área da Saúde da PM nos últimos 5 anos. O relatório foi encaminhado ao Ministério Público, que apura crimes supostamente praticados por policiais militares. Lopes afirmou ainda que os auditores se sentiram ameaçados durante as inspeções e, em função deste fato, deve pedir proteção ao secretário de Segurança, José Mariano Beltrame.