ASSINE
search button

Vidros do VLT são quebrados em tumulto entre desabrigados e policiais na Cinelândia

Denúncia de assalto deu origem à confusão; pelos menos 60 pessoas ocupam o local

Compartilhar

Três vidros do vagão do VLT em exposição na Cinelândia foram quebrados na madrugada desta terça-feira (21), em decorrência de um confronto entre ex-ocupantes do edifício Hilton Santos, no Flamengo, e guardas municipais. O tumulto começou por conta de uma denúncia de uma vítima de assalto na região, que reconheceu um dos integrantes do grupo que foi despejado do edifício do empresário Eike Batista e ocupa a praça há uma semana. 

Segundo informações de seguranças do local, o tumulto começou por volta das 22h30 desta segunda-feira (20), com a abordagem de um suspeito de assalto por guardas municipais. Houve discussão entre os desabrigados, moradores de rua e os guardas. Pedras e bombas de gás lacrimogênio foram atiradas e os guardas precisaram de reforço do Grupo de Operações Especiais (GOE) para encerrar o confronto. A situação só foi contida por volta das 3 horas da manhã desta terça (21). Três vidros, sendo dois deles da porta e um da janela do VLT em exposição na praça foram quebrados a pedradas. A reportagem do Jornal do Brasil esteve na Cinelândia e fotografou os cacos de vidro no chão. O vagão do VLT permaneceu coberto com um tecido azul durante o dia. 

Na tarde desta terça-feira, cerca de 30 pessoas do grupo que foi despejado do edifício de propriedade do empresário Eike Batista permaneciam no local onde o confronto ocorreu. Pelo menos 15 agentes do GOE também estavam no local, em frente à câmara dos vereadores. Os policiais informaram que haviam sido destacados para fazer a segurança do prédio por conta da presença dos ocupantes na praça. 

Os ocupantes informaram que boa parte do grupo permanece nas redondezas durante o dia, em busca de comida, reunindo-se durante a noite. Há também pessoas ocupando a região do Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo. 

Uma das pessoas que fazia a segurança do VLT, e não quis ser identificada, informou que os ocupantes da praça, cerca de 60 pessoas, começaram a jogar pedras nos guardas, que estavam em menor número e usaram de armas com balas de borracha, spray de pimenta e bombas para dispersar a multidão, antes de pedir reforço. Uma das pessoas que foi desalojada e também presenciou o confronto disse que as pedras foram atiradas por moradores de rua, que não faziam parte do grupo. 

Duas pessoas foram detidas durante a confusão. Um rapaz foi levado por desacato policial e outro que foi reconhecido pela vítima que fez a denúncia de assalto que deu origem ao tumulto. Segundo os ocupantes, o rapaz era inocente e tinha acabado de voltar da casa de um parente, no bairro de Manguinhos, onde tinha ido buscar roupas e comida. Na delegacia, o suspeito foi reconhecido pela vítima. 

A situação dos ocupantes do local se prorroga há uma semana, desde que foram despejados do edifício Hilton Santos, no bairro do Flamengo, zona sul do Rio. Os ocupantes informaram que na manhã desta terça-feira a Ordem Pública e a Guarda Municipal tentou fazer com que eles se retirassem do local. Uma audiência para resolver a situação dos pelo menos 60 desalojados está marcada para esta quarta-feira, às 9 horas da manhã. Eles farão um cadastro para receber moradia.