Um discurso polêmico do deputado federal Cabo Daciolo (Psol-RJ), feito nesta quinta-feira (19/3), na tribuna da Câmara, pode render a sua expulsão do PSOL. Daciolo defendeu os policiais militares acusados pela morte do pedreiro Amarildo de Souza, ocorrida em 2013, na comunidade da Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro. O deputado, em tom inflamado, prometeu uma visita de solidariedade aos PMs presos.
A reação da Executiva Estadual do PSOL no Rio foi rápida e horas depois do discurso do bombeiro. O diretório decidiu pedir a expulsão de Daciolo dos quadros do partido. No entanto, a decisão final será do diretório nacional. O mal-estar entre o cabo Daciolo e a legenda teve início no dia da sua posse, em função de uma foto registrada pelo deputado ao lado do deputado Jair Bolsonaro (PP). Daciolo aparece sorridente entre Jair e o filho dele, o também deputado Flávio Bolsonaro (PP). "Fez questão de tirar foto sorridente ao lado do fascista Jair Bolsonaro, na mesma semana em que a bancada do PSOL defendia a cassação do parlamentar por ter reivindicado o estupro e ter ofendido, com expressões machistas e misóginas, a deputada Maria do Rosário", destacou uma nota do partido logo após a diplomação.
Na Câmara do Rio, vereadores do PSOL comentam nos bastidores que Daciolo teme perder o mandato, mas o mais importante para a Executiva seria a saída dele e o discurso na tribuna foi a "gota d´água" para o pedido de afastamento. O suplente de Daciolo é o vereador Renato Cinco (PSOL). Cinco usou o seu perfil no Facebook para comentar o caso. O vereador afirma que - "A Executiva Estadual do PSOL acabou de aprovar a suspensão por dois anos do deputado Daciolo e solicitou à Direção Nacional a expulsão definitiva". Ele publica ainda uma nota do diretório - "Respeitamos os eleitores do cabo Daciolo, mas entendemos que o mandato dele não cabe no PSOL. Por isso, diante dessa nova atitude inadmissível do deputado, a Executiva Estadual do PSOL do Rio de Janeiro se solidariza com a família de Amarildo, que sempre acompanhamos em sua luta por justiça".