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Nos 450 anos do Rio, moradores podem contar história dos bairros

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Moradores do Rio de Janeiro vão poder contar, em audiovisual e livros, a história de seus bairros e de personalidades locais. Essa é a proposta de projetos anunciados hoje (27) pelas Naves do Conhecimento para marcar os 450 anos da cidade, comemorados em 1º de março deste ano. As naves são espaços digitais da prefeitura, equipados com computadores, tablets, painéis digitais, salas para oficinas e cursos, instaladas em oitos pontos da cidade, na zona norte e oeste.

O analista de sistemas Ronaldo Luiz Martins, de 72 anos, é um dos guardiões do passado do bairro de Irajá, na zona norte. À frente do Instituto Histórico e Geográfico da Baixada de Irajá, que reúne 11 voluntários, ele vai lançar um livro sobre a tradição do carnaval na região, pelo projeto. “Pouca gente sabe que Tarsila do Amaral pintou o carnaval de Madureira em 1924”, revelou. “Pouca gente sabe também que a baixada de Irajá englobava muitos outros bairros como Madureira. É o resgate desse patrimônio, da cultura local, que serão registrados”, disse.

A publicação de livros, como o de Ronaldo, será feita por meio da iniciativa Memória Carioca 450 anos, que incentivará moradores a compartilharem histórias dos bairros, em livros ou em mostras de fotografias, com imagens de família e da vizinhança. Já os produtos audiovisuais serão desenvolvidos pelo projeto Meu Rio Vale um Filme 450 anos, que fará oficinas antes de rodar 32 curtas-metragens. Com foco na informação multimídia, haverá ainda o Repórter Olímpico, que ensinará, a jovens de até 24 anos, técnicas de reportagem, fotografia e vídeo. A ideia é documentar, sob a ótica dos moradores, transformações da cidade para a competição, em 2016.

Por meio das naves, haverá ainda um desafio para elaboração de aplicativos que tornem mais fácil a vida dos cariocas e dos turistas e melhore a relação com as empresas, o Rio Apps. Será a terceira edição do projeto, que nos dois primeiros anos premiou aplicativos que ajudavam a se locomover de transporte público e a encontrar unidades de saúde pública nas cidades.

A programação dos 450 anos do Rio busca incentivar a memória e refletir a realidade dos moradores, explica o secretário Municipal de Ciência e Tecnologia, Franklin Coelho. “Este ano temos a oportunidade de fazer com que a comemoração envolva a identidade da região, a identidade territorial, trabalhar com a cultura de cada bairro”, disse. “Quebra a visão estereotipada e constrói uma visão integrada do desenvolvimento”, completou.

Na agenda dos espaços tecnológicos estão também colônias de férias, oficinas sobre questões de gênero e saúde, além de cursos de inglês para atividades turísticas, com foco na história do Rio de Janeiro. A prefeitura já quer preparar os jovens para receber os visitantes para as Olimpíadas. Haverá ainda dois festivais de cinema, um sobre a cidade e outro sobre ecologia.