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Apesar das denúncias, entorno da Novo Rio continua oferecendo perigo

O cenário ainda é de abandono; máfias driblam o poder público

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Apesar das reportagens que foram ao ar nesta terça-feira (16/9), no Jornal do Brasil e no SBT Rio, denunciando as irregularidades mantidas no entorno do Terminal Rodoviário Novo Rio, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, o poder público ainda não tomou nenhuma providência. Na manhã desta quarta (17), taxistas piratas captavam clientes próximos aos guardas municipais, na área do desembarque. Nas proximidades da rodoviária, camelôs não autorizados continuam vendendo as suas mercadorias e, no Terminal Padre Henrique Otte, ponto de partida das linhas municipais, moradores de rua dormem nas plataformas.

Nesta terça (16), o Jornal do Brasil denunciou na matéria "Sem grandes eventos, entorno da Novo Rio volta ser reduto do crime" diversos irregularidades que estão sendo praticados nas mediações do terminal, que após os grandes eventos ficou abandonado pelo poder público. As irregularidades foram relatadas por uma pessoa que pediu sigilo sobre a sua identidade, com medo de sofrer represálias. O produtor do SBT flagrou integrantes de uma quadrilha especializada na negociação do cartão RioCard agindo livremente na entrada principal da rodoviária. O denunciante ressaltou que o poder público "ainda não foi capaz de desarticular os bandidos", que atuam há anos na região. 

A mesma pessoas contou ao Jornal do Brasil que a máfia dos taxistas também representa um grande problema para os passageiros que desembarcam no terminal vindos de outros estados. Ele contou como funciona o esquema e que os piratas ficam oferecendo "corridas promocionais" na área de saída dos turistas. "Durante o percusso, eles [taxistas clandestinos] lesam os turistas, cobrando preços altíssimos e se a pessoa não pagar, ficam sem as suas bagagens", conta o denunciante. A Polícia Civil informou que há um procedimento que apura a ação de táxis piratas no entorno da Rodoviária Novo Rio, na 4ª DP (Praça da República).

O denunciante enfatizou ainda a ação de ambulantes não registrados pela prefeitura vendendo no entorno do terminal, ignorando a presença da Guarda Municipal. "Eles guardam as suas mercadorias num prédio que fica aqui na Rua Equador, no número 580", apontou. Em nota, a Secretaria Municipal de Ordem Pública afirmou que há fiscalizações rotineiras para coibir o comércio ambulante irregular no entorno da Novo Rio e quem é flagrado vendendo sem autorização em via pública tem a mercadoria apreendida. Garantiu ainda, nesta terça (16), que a fiscalização será intensificada. A Seop também informou que vai apurar a denúncia acerca do suposto depósito clandestino na Rua Equador e tomar as medidas cabíveis. 

Nesta quarta (17), um grupo de mendigos amanheceu nas plataformas de embarque do Terminal Padre Henrique Otte, que fica ao lado da Novo Rio. O cenário de abandono no local também foi abordado na reportagem publicada anteriormente, e o JB entrou em contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social nesta terça (16), mas até o fechamento desta matéria não houve nenhum retorno do órgão. Durante a noite, o uso de entorpecentes e pequenos furtos estão causando medo aos passageiros e pedestres que circulam pelo lugar.