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Deputado Washington Reis (PMDB) é alvo de operação da Polícia Federal

Agentes apreenderam documentos na casa do parlamentar. Reis é investigado por supostas fraudes

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O deputado federal e ex-prefeito do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Washington Reis (PMDB/RJ), investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por supostas fraudes em licitações, foi um dos alvos da operação da Polícia Federal realizada na manhã desta quinta-feira (28/8). Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na Baixada Fluminense, em Brasília e em dois municípios no interior do Rio - São Fidélis e Campos dos Goytacazes.

Os agentes federais estiveram na casa do deputado e apreenderam documentos. Foram recolhidos também computadores de empresas localizadas em São Fidélis e Campos, no interior fluminense. Reis negou as acusações e atribuiu as denúncias aos seus adversários políticos.  

Washington Reis é candidato à reeleição e sua declaração de bens no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as eleições de 2014 é de R$ 1, 7 milhão. Reis é investigado pelo MP numa ação aberta para avaliar a variação patrimonial supostamente incompatível com os rendimentos declarados pelo deputado entre os anos de 2001 e 2003. Os indícios de irregularidades foram encontrados pela Receita Federal, que enviou as informações para o MP após Reis deixar de declarar os rendimentos de 2004. 

De acordo com o processo, o deputado deixou de informar à Receita uma renda de R$ 31 mil provinda da sua atuação na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no ano de 2003. Com base na legislação, omitir informação ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias representa crime. O conteúdo do processo cita ainda um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que detectou um total de R$ 120 mil em depósitos na conta bancária de Reis, realizados em julho de 2007.

Washington Reis foi deputado estadual entre 1995 e 2004. Foi eleito na disputa para a prefeitura de Duque de Caxias e perdeu na tentativa de uma reeleição, no ano de 2008. Porém não ficou de fora do poder, recebendo o cargo de subsecretário estadual de Obras no governo de Sérgio Cabral (PMDB). Em 2010 foi eleito deputado federal.

Alvo em outras investigações e processos

O deputado federal é investigado também em uma ação do Supremo Tribunal Federal por crime ambiental. Em 2010, o MPF moveu duas ações contra o ex-prefeito, Washington Reis, tendo ainda como algo o seu irmão, Rosenverg Reis, além de dois proprietários de terreno no entorno da Reserva do Tinguá, Octacílio Simões Cadaxo e Iracema de Castro e Silva da Justa Menescal. Eles foram acusados pelos crimes de improbidade administrativa por danos ambientais no entorno da reserva. 

O processo criminal investigou a divisão irregular de terrenos de Octacílio e Iracema, vendidos aos réus para a construção de um loteamento em Xerém, na Baixada Fluminense. As obras foram iniciadas em 2003, incluindo corte de vegetação em encostas e área de preservação permanente e a terraplanagem em beira de rio, desviando o curso da água. Os lotes foram negociados pelos irmãos Reis sem passar pelo Registro Geral de Imóveis e construídos fora dos seus projetos originais, o que representa descumprimento da licença estadual e autorização da Reserva do Tinguá.

Além dessas ações, Washington Reis é investigado em inquéritos que apuram supostos crimes eleitorais e lavagem de dinheiro. Os conteúdos dos processos destaca depoimentos afirmando que o deputado usou a máquina pública, quando era prefeito de Caxias, para agaranhar votos nas eleições de 2008. Uma operação do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) realizada em julho, agentes lacraram três centros sociais na Baixada Fluminense supostamente ligados a Reis.