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'Governo do Rio favorece empreiteiras e outros terceirizados', diz candidata

Dayse Oliveira (PSTU), em sabatina no SBT, defendeu  a suspensão do pagamento da dívida do Estado

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A candidata pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) ao governo do Rio de Janeiro, Dayse Oliveira, avaliou nesta terça-feira (12/8) que a política não está dando certo no estado pelo fato da burguesia concentrar a verba pública, inclusive as empreiteiras e empresas terceirizadas contratadas pela atual administração para atuar em diversos setores. Dayse participou da série de entrevistas promovida pelo SBT Rio com os candidatos ao governo estadual. A sabatina contou ainda com as participações do Jornal do Brasil e O Dia. 

Defendendo mudanças radicias nas políticas públicas adotadas pelo atual administração estadual, Dayse comentou seus planos para os setores da Educação, Segurança Pública, Saúde e assuntos polêmicos como a descriminalização das drogas. A entrevista conduzida pela apresentadora do SBT Liane Borges, começou trançando um perfil da candidata, que é professora de História na rede estadual de ensino, militante socialista e do movimento negro e diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio (Sepe), atualmente licenciada para participar das eleições. Voz ativa nas últimas paralisações dos professores no Rio, Dayse abordou a polêmica em torno das 500 mil matrículas que sumiram na rede pública estadual, alegando que foi fruto de uma política fraudulenta do atual governo.

A candidata criticou o governo do Estado, que na sua avaliação criminalizou a greve dos professores e prejudicou diversos profissionais do ensino que não tiveram as suas faltas abonadas nas suas unidades de ensino durante o movimento. "O professor não estava faltando sem justificativa, estava em greve", ressaltou Dayse. Apesar do decreto sancionado para resolver a questão, Dayse contou que alguns professores foram impedidos de retornar à sua unidade de trabalho, o que refletiu na normalização das aulas para os alunos da rede. No entanto, a candidata garantiu que a categoria trabalhou para repor as aulas perdidas durante as paralisações, como acordo com o governo e pais de alunos.  

Orçamento público do estado

"Tem que mudar", afirmou a candidata quando questionada sobre a aplicação do orçamento público. A proposta apresentada por Dayse reverte boa parte do orçamento público gasto com a dívida pública com investimentos nas áreas da Educação e Saúde. "Sou a favor da suspensão imediata do pagamento da dívida do estado", disse a candidata. Segundo a candidata, o seu compromisso é com a classe operária e a sua campanha terá sempre esse foco. "Esse momento de campanha é quando são firmados os compromissos, basta observar quem está financiando as campanhas dos candidatos dos partidos mais tradicionais, especialmente. A politica praticada pelo atual governo ajuda apenas aqueles que tem dinheiro. Queremos fazer uma política voltada para os trabalhadores", destacou a candidata.

Os contratos de terceirização de serviços 

Dayse defendeu durante a entrevista o fim das Ordens de Serviços (as OSs), principalmente no setor da saúde, para maior aproveitamento dos concursados. Para a candidata socialista o caminho ideal é estatizar, acabar com a política que beneficia a rede particular. Atualmente, somente os grandes empresários estão ganhando, na visão da candidata. "Dinheiro tem, o problema é que ele está indo para as empreiteiras e particulares ao invés de ser aplicado na Educação, por exemplo. Isso tem que ser invertido. Quando falamos governo para os trabalhadores é isso que estamos querendo", destacou Dayse. Se eleita, ela pretende acabar também com as isenções de impostos, para garantir maior investimentos para a Educação, Saúde e outras áreas. 

Segurança Pública e UPPs nas comunidades

'Uma política de guerra nas comunidades, com mortes de mulheres negras e trabalhadores', assim a candidata Dayse Oliveira define o principal programa na área de Segurança Pública do estado voltada para as comunidades, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). "Eu não vou esquecer o Amarildo, a Cláudia, o DG", enumerou a candidata se referindo aos crimes de grande repercussão que aconteceram nas comunidades pacificadas envolvendo a participação de policiais militares. 

Dayse considerou que as UPPs não têm cumprindo o seu papel de proteger a população e nem resolveu o problema com o tráfico. "Queremos o fim desse modelo e a desmilitarização da PM. Para o socialista é investir no social, investir em programas sociais nas comunidades, pois o retorno é a curto prazo. A verba destinada à Secretaria de Desenvolvimento Social é muito menor que a destinada para a Segurança Pública, que coloca os PMs na rua. É preciso inverter essa política. Se há educação, não precisa investir tanto em Segurança Pública, porque a juventude não vai para a criminalidade", analisou a candidata socialista. 

Sobre corrupção e coligações 

O Jornal do Brasil questionou Dayse Oliveira sobre o fato do Partido Progressista (PP) apoiar a reeleição de Luiz Fernando Pezão (PMDB), indicando o seu vice, e o tucano Aécio Neves, estando o PP envolvido no escândalo da Petrobras, pois foi o partido que indicou ao cargo de diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, ex-diretor envolvido nos escândalos, pois era no escritório do PP em Brasília que, segundo a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Bonfim da Silva Poza, acontecia a distribuição do dinheiro, o que levou alguns deputados abandonarem o partido. Hoje, o PP apoia a candidatura de Pezão e Aécio no Rio. Dayse Oliveira se limitou a dizer que a questão da corrupção tem que ser tratada com o rigor necessário e haver as devidas punições. "Os corruptos têm que ser presos e seus bens confiscados. Mas o mesmo deve acontecer com os corruptores. Isso está acontecendo?", destacou ela. 

Dayse concluiu dizendo que o seu partido sempre está pautado em defender a classe trabalhista e socialista, é um governo da classe trabalhadora, sem capitalistas - "em contraponto com outras candidaturas". Com relação a coligação com o Psol que não foi concretizada na convenção do partido, a socialista confirmou que houve um interesse mútuo, mas coligações firmadas pelo Psol inviabilizaram a parceria no Rio. 

Expectativa de votos  

Dayse enxerga chances de vencer as eleições de outubro para o governo do estado, graças a sua estratégia de campanha. A candidata tem feito constantes visitas às fábricas e redutos dos trabalhadores, investindo nas mobilizações - "assim como as orientações marxistas". Com esse trunfo, a candidata socialista está otimista com os resultados nas urnas.